Um veículo oficial da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, à disposição do gabinete do deputado Sérgio Majeski (PSDB), foi apreendido pela Polícia Rodoviária de Espera Feliz na última sexta-feira (11), no posto policial que fica na divisa entre os estados de MG e ES. O parlamentar retornava de missão oficial no município de Dores do Rio Preto.
Segundo Majeski, o veículo foi apreendido porque os policiais constataram irregularidades na documentação do veículo – um Renault modelo Fluence, alugado, como todos os que ficam à disposição dos demais deputados. Entre as irregularidades, afirma o tucano, estaria o fato de o número registrado na documentação do veículo não coincidir com o da placa oficial do automóvel.
Na manhã de sexta-feira, Majeski e os deputados Nunes (PT) e Dary Pagung (PRP), todos membros da Comissão de Cidadania, foram ao município de Dores do Rio Preto tratar da questão relativa a disputas mal resolvidas acerca da delimitação da divisa dos dois estados. Ao voltar para Vitória, o tucano, ao contrário dos outros dois, tomou um caminho alternativo, por uma estrada vicinal que, em pequeno trecho, cruza a divisa com Minas Gerais, passando por dentro do município de Espera Feliz.
O carro do deputado foi parado por uma patrulha rodoviária. “A placa do documento não coincide com a que está na placa preta oficial. O policial disse que existe resolução do Contran de que aquela placa não pode ser daquele tipo, tem que haver outro tipo de identificação. O carro deveria estar em nome da instituição, mas está em nome de empresa, e no documento não há nenhuma justificativa de que esse carro está arrendado”, listou o deputado.
Majeski só conseguiu retornar a Vitória porque outro carro oficial, este a serviço do IDAF, seguia pelo mesmo trajeto e deu carona a ele. O de Majeski ficou lá, apreendido. “Essa placa dos veículos da Assembleia não diz nada. Então você pode mandar fazer uma placa daquela, colocar num carro preto e andar por aí sem ser importunado”, constata o deputado, que pretende cobrar esclarecimentos da direção da Assembleia nesta segunda-feira (14), na sessão plenária.
“Não tenho nada a ver com isso. Mas quero saber detalhadamente quem tem culpa por isso e como as pessoas não sabem dessa irregularidade. É o tipo de situação que expõe não só o deputado, mas a própria instituição”, desabafou.
Explicação
O presidente da assembleia, Theodorico Ferraço (DEM), afirmou que, por um entendimento firmado entre a Assembleia Legislativa e o Detran, os carros alugados pela Casa e a serviço dos 30 deputados podem circular com a chamada “chapa preta”, porém apenas dentro dos limites do território capixaba.
“Ele (Majeski) estava em missão oficial e não sabia que a placa só vale no Espírito Santo, logo não pode transitar por outro Estado. Foi um descuido da parte dele, um acidente de trânsito. É um carro alugado. O deputado não cometeu nenhuma irregularidade. Ele dará as explicações necessárias e o diretor-geral da Casa dará os esclarecimentos”, disse Ferraço, que negou a intenção de abrir uma sindicância interna para apurar o caso.
De acordo com ele, a Assembleia tampouco teria praticado qualquer irregularidade no episódio. “A partir do momento que o carro está com o deputado, ele responde pelo carro”, alfinetou.
Ainda segundo Ferraço, o diretor-geral do Legislativo, Paulo Marcos Lemos, e a empresa que alugou a frota tomará as providências necessárias para reaver o veículo.
Da Gazeta Online