Duas técnicas em enfermagem da Norte Saúde, empresa de Home Care que presta serviço para o plano de saúde Unimed, em Campos, são suspeitas de tentarem matar o pequeno M.C.N., de apenas três anos, com superdosagens de medicamentos sedativos enquanto o garoto estava sob cuidados delas. O menino é portador de hidrocefalia, tem paralisia cerebral e faz uso de medicamentos sedativos.
De acordo com a mãe da criança, Patrícia Carvalho Gomes, o estado de saúde do filho vinha se agravando com o passar do tempo. Aos 2 anos, M. sofreu paralisia cerebral. Ela conta que o paciente precisou ser internado no Rio de Janeiro, onde ficou dois meses, e retornou para a cidade com o serviço de home care oferecido pela Unimed.
“Ao longo do tempo, fui percebendo uma mudança de comportamento nele: dormia demasiadamente, babava mais do que o normal, enfim. Comecei a desconfiar de que ele estivesse sendo sedado mais do que deveria. A confirmação veio quando uma das técnicas foi substituída e a antiga sugeriu para a nova que mantivesse as superdosagens para que ela tivesse menos trabalho”, contou Patrícia, destacando que a nova técnica em enfermagem só confirmou a desconfiança que ela já vinha tendo de que o filho estava sendo vítima de uma ação criminosa por parte das mulheres.
Revoltada com a situação do menino, Patrícia fez um Boletim de Ocorrência contra as técnicas em enfermagem da empresa prestadora de serviço da Unimed. Temendo que outras pessoas passem pelo que ela passou, a mãe também recorreu ao Ministério Público, que também vai investigar o caso. O B.O foi registrado como tentativa de homicídio.
Não bastasse tudo isso, Patrícia denuncia que a empresa Unimed está sendo no mínimo omissa com a gravidade da situação. “A única coisa que aconteceu até agora foi que eles trocaram praticamente toda a equipe multidisciplinar que cuidava do meu filho, inclusive até os bons profissionais que são da minha confiança. Uma das técnicas que aplicava superdosagens de medicamentos em M. chegou a confessar que dobrava as dosagens, mas ainda está trabalhando normalmente em outras casas”, desabafou.
Na tarde desta sexta-feira (28), M.C.N tinha um exame para fazer dentro do Hospital da Unimed. Minutos antes, profissionais do hospital ligaram para Patrícia remarcando o procedimento. Na opinião da mãe da criança, o hospital soube que aconteceria uma manifestação em frente ao local e por isso desmarcaram o exame.
A equipe de reportagem do jornal Notícia Urbana entrou em contato com a assessoria de imprensa da Unimed Campos para saber o que a cooperativa pretende fazer em relação a essas duas técnicas. Por meio de nota, a Unimed Campos esclareceu “que as profissionais técnicas de enfermagem, objeto das graves acusações feitas pela mãe do beneficiário, não integram equipe própria da operadora, sendo associadas de uma cooperativa contratada. Como sempre preza pela qualidade do atendimento ao seu beneficiário, foram solicitados à cooperativa os esclarecimentos necessários, além do imediato afastamento dos profissionais de saúde da assistência de todos os pacientes atendidos pela Unimed Campos, até a apuração dos fatos, entendendo que deve ser garantido aos referidos profissionais o direito à ampla defesa e ao contraditório, que deve ser exercido em suas esferas próprias”.
A nota enfatiza ainda que a família está sendo informada de todo o processo. “Outra equipe foi direcionada para o atendimento, sem nenhuma descontinuidade ao tratamento do paciente. A Unimed Campos se mantém aberta ao atendimento à família, para maiores esclarecimentos”.
Entramos em contato também com a responsável pela empresa Norte Saúde. Nervosa, ela não quis comentar o assunto. Apenas frisou que a mãe da criança não tem provas das superdosagens.
A pedido do advogado de Patrícia, não publicamos o nome das técnicas investigadas.
Notícia urbana