Segundo o delegado Lorenzo Pazolini, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), os aliciamentos começaram em junho de 2016
Toda criança e adolescente tem direito a educação. Para muitos pais, um filho na escola é sinônimo de segurança. Mas não foi o que aconteceu em um colégio público municipal, em Vitória, onde um pai de uma menina de 14 anos descobriu que a menor era aliciada pelo professor, de 56 anos.
Segundo o delegado Lorenzo Pazolini, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), os aliciamentos começaram em junho de 2016. O professor passou a conversar com a aluna por WhatsApp, e, inicialmente, os assuntos eram referentes às aulas. Depois, a conversa evoluiu a ponto do educador passar a dizer que amava a menina.
“Com o passar do tempo, ele foi ganhando a confiança da garota e começou a pedir fotos e vídeos dela sem roupa. Inclusive, ele orientava como deveriam ser as imagens e enviava fotos nu também. Pelas conversas que tivemos acesso, claramente, ele a induzia”, disse o delegado.
Durante os diálogos, o professor jurava amor eterno à aluna e dizia que tiraria a virgindade dela. A conjunção carnal, inclusive, já estava sendo combinada. Mas o pai da estudante descobriu o crime antes.
O pai notou que a filha, que sempre foi boa aluna em todas as matérias, estava com notas ruins na disciplina ministrada pelo professor. “Ele ficou desconfiado e resolveu olhar o celular da vítima. Foi quando encontrou todo o aliciamento com cunho pornográfico e procurou a polícia. Ele está muito abalado e revoltado com a situação. Confiava na escola e não aceita que a filha foi estudar e acabou vítima de assédio.”Inicialmente, o professor irá responder pelo crime em liberdade. Ele foi indiciado por intermediar e armazenar cenas pornográfica de adolescentes. Se condenado, as penas somadas chegam a 14 anos de reclusão.
NOTA DA PREFEITURA
A Secretaria Municipal de Educação de Vitória (Seme) informa que diante da gravidade dos indícios, o servidor será afastado de todas as atividades escolares imediatamente. A Seme informa também que uma investigação foi aberta contra o servidor citado na demanda assim que tomou conhecimento do fato apresentado pela família. Esclarece ainda que, assim que a Corregedoria do município receber a documentação emitida pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), procederá com o processo administrativo disciplinar, que poderá culminar na demissão do servidor.
A prefeitura esclarece ainda que não admite quaisquer atos que atentem contra os diretos, a atenção e a proteção à criança e adolescente e informa que são raros os casos desta natureza na rede pública de ensino da capital. Quando há indícios de violência, a família é acolhida e orientada a buscar a DPCA. O Conselho de Escola e o Conselho Tutelar são acionados para acompanhamento da situação e a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) também é acionada para ofertar acompanhamento médico e psicológico à criança. É aberto processo administrativo para apuração do profissional envolvido e as medidas legais são adotadas a partir da conclusão da investigação, podendo implicar até em exoneração do cargo pública.
Vale ressaltar que a Prefeitura de Vitória mantém constantes investimentos em processos formativos para os profissionais da educação no sentido de assegurar ambiente seguro de aprendizagem, com intensa atuação do Fórum Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes – Fórum Araceli, composto por toda a rede de proteção do município de Vitória. Além disso, algumas unidades de ensino possuem câmeras de videomonitoramento em áreas coletivas, a exemplo de portões e corredores, como recurso de apoio à rotina das atividades de vigilância.
Fonte: Gazeta online