Integração das forças de segurança combateria os principais crimes e geraria mais confiança e investimentos para o estado
RESENDE/SUL FLUMINENSE
Empresários da região das Agulhas Negras, que abrange os municípios de Resende, Itatiaia, Quatis e Porto Real participaram na tarde de ontem de um encontro para debater o crescimento da criminalidade no Estado do Rio de Janeiro e os impactos da violência na economia do estado, sobretudo no que se refere a roubo de cargas. No encontro, denominado ‘Índice de Criminalidade na região Sul Fluminense’ foi apresentada a proposta que vem sendo defendida pela Firjan - de se criar um Cinturão de Segurança Rodoviária para combater os principais crimes rodoviários. O encontro aconteceu no auditório do Senai Resende.
O diagnóstico do problema foi apresentado pelo gerente de Estudos de Infraestrutura da Firjan, Riley Rodrigues, que enfatizou que a segurança pública eficiente é fundamental para um ambiente de negócios forte e competitivo e que as crises fiscal e financeira do governo do estado vêm contribuindo diretamente para o agravamento da criminalidade, a partir da redução do policiamento ostensivo e das ações de investigação. “Este processo tem causado perda de investimentos, fechamento de estabelecimentos e aumento do desemprego”, avalia.
De acordo com dados da Firjan, o roubo de cargas é um dos crimes que mais tem crescido aproveitando a fragilidade das forças de segurança no policiamento ostensivo ou na proteção das fronteiras do estado. Um estudo da Federação aponta que o estado do Rio concentra 43,7% de todas as ocorrências de roubo de carga no país.
A principal proposta para combater esse e outros crimes; como o trafico de drogas, de armas e de evasão de divisas, é a criação de um Cinturão de Segurança Rodoviária Integrado, formado por postos de fiscalização em conjunto com órgãos federais e estaduais, localizados em pontos estratégicos das rodovias e portos. Nestes postos funcionariam a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) e as Secretarias Estaduais de Segurança Pública, Fazenda e Saúde, além de haver integração com órgãos como Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e Detran (Departamento estadual de Trânsito do Rio de Janeiro).
Bloqueio no Sul Fluminense
O Sul Fluminense se beneficiaria do Cinturão com dois postos: um na BR 101, no município de Paraty, e outro, apontado como o mais estratégico do estado e defendido como o primeiro a ser implantado, na Rodovia Presidente Dutra (BR-116), em Queluz (SP), na divisa com o estado do Rio, por onde circulam 30 mil veículos por dia. O posto na cidade paulista teria uma ação integrada dos dois estados, que seriam beneficiados com o combate ao roubo de cargas, contrabando de mercadorias, tráfico de armas e drogas e sonegação fiscal.
A localização estratégica, escolhida para evitar o uso de rotas de fuga no trânsito entre os dois estados, provocaria uma ruptura na principal via de comunicação do crime na rota RJ-SP. “Um dos impactos desse posto seria, por exemplo, com a recuperação de 20% do ICMS de transporte interestadual sonegado através de sobrepeso, geraria um ganho anual de arrecadação na ordem de R$ 170 milhões para o estado”, destaca Rodrigues, acrescentando que cada unidade do Cinturão demandaria investimentos de R$15 milhões que, segundo ele, seria justificado pelo ganho que o posto traria ao coibir vários crimes.
Os demais postos integrantes do Cinturão ficariam localizados em Bom Jesus do Itabapoana, Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Itaperuna, Magé, Santo Antônio de Pádua, Seropédica e Três Rios. Desta forma, seria possível fiscalizar até 90% das cargas de longa distância que circulam pelo estado do Rio de Janeiro.
Jornal A Voz da Cidade/imagem de arquivo do Blog do Jailton da Penha JDP