Psiquiatra Raphael Xavier falou sobre ansiedade, ambiente escolar e cuidados a serem tomados por estudantes, pais e responsáveis “Sabe aquelas contrações involuntárias dos músculos, muito comuns, às vezes, nas pálpebras?”. A pergunta lançada pelo psiquiatra Raphael Xavier gerou inquietação na plateia que lotou o auditório na tarde desta terça-feira, dia 20, para ouvir sobre ansiedade e ambiente escolar. A resposta afirmativa foi quase unânime. “Pois é, pode ser um sinal de ansiedade”, alertou o palestrante do segundo dia de programação do “Setembro Amarelo: diálogos e percepções sobre saúde mental na escola”.
Convidado pelo projeto Educa Saúde IFF, coordenado pela médica do Campus Bom Jesus, Ligia Faial, Raphael conversou com os presentes sobre os sintomas relacionados à ansiedade, fatores presentes no ambiente escolar que podem gerar episódios ou crises, transtornos psicológicos mais comuns e o que fazer para lidar com tais situações. Segundo ele, abordar a temática na escola é uma forma de informar a comunidade para que as pessoas estejam aptas a lidar com a questão de forma mais saudável. “É possível lidar com a ansiedade de forma proveitosa, para que ela ajude a nos prepararmos para os eventos do dia a dia e não tirando nossa capacidade de reagir a esses eventos”, explica o profissional.
As estatísticas apontam que eventos de ansiedade no ambiente escolar acontecem de forma frequente e intensa, conforme afirma o psiquiatra, e o contexto de pandemia favoreceu esse cenário para a faixa etária. “O retorno à presencialidade também trouxe um grau de intensidade, na medida em que ter que voltar implica voltar a interagir, a desempenhar socialmente, e a gente sabe que isso traz muita angústia à população de jovens e adolescentes, que são também vulneráveis a esses transtornos de ansiedade”, pondera. A estudante Hemilly Lamônica, do terceiro ano do Curso Técnico em Química, se prepara para a seleção das universidades. Ela assistiu à palestra e elogiou a iniciativa. “É uma temática importante para o ambiente escolar, já que muitos adolescentes sofrem com ansiedade, principalmente em época de vestibular”, analisa.
O apoio da família e amigos é importante nesta fase e, conforme orientação do psiquiatra Raphael Xavier, dosar as cobranças e a pressão por desempenho e ficar atento aos sinais físicos manifestados pelo estudante são algumas das ações que pais e responsáveis podem adotar para ajudar. “Verificar se está dormindo mal, se está irritado, por exemplo. É muito importante manter o diálogo, perguntar a razão desse comportamento, porque às vezes a pessoa está se mostrando dura, nervosa, como mecanismo de defesa. Não é o ideal, mas às vezes é a única forma que ela sabe para demonstrar”, orienta. Ele reforça, ainda, a importância de não desacreditar ou desprezar os sinais manifestados, dizendo que “é nada” ou que “é psicológico”. “O sofrimento psicológico não é menor que o físico e precisamos valorizar isso”, salienta.
A programação do “Setembro Amarelo: diálogos e percepções sobre saúde mental na escola” continua nesta quarta-feira, às 15h, com uma conversa sobre “Vivência: Perspectivas psico-filosóficas sobre o vazio”, com a psicóloga Handyara. Confira as atividades da próxima semana no
site do evento.
por Comunicação Social do Campus Bom Jesus do Itabapoana