Dias Toffoli vota em causa própria e STF anula delação de Cabral que o acusa de vender sentença por R$ 3 milhões O Ministro Dias Toffoli, citado em delação premiada como beneficiário de propinas por venda de sentenças quando presidiu o TSE, votou a favor do argumento da PGR, pela anulação da denúncia, embora a delação tenha sido confirmada, e homologada pelo ministro Edson Fachin em fevereiro de 2020. O julgamento terminou em 7 a 4, Toffoli foi um dos que votaram pela anulação da delação, assim como o próprio Fachin e os ministros Gilmar Mendes, Kassio Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski e Luiz Fux. Dias Toffoli figurou em uma das várias delações feitas por Cabral. Em uma delas, ele teria recebido três milhões de reais para absolver o prefeito de Volta Redonda, Antônio Francisco Neto (MDB), alvo de cassação entre 2013 e 2015. O restante do pagamento ilegal, segundo Cabral, teria vindo após Toffoli dar uma liminar favorável, também em 2015, à prefeita de Bom Jesus da Itabapoana, Branca Motta (então no MDB, hoje no PSL). O ex-governador afirma que Toffoli e sua mulher, a advogada Roberta Rangel, tiveram como intermediário nas negociações José Luiz Solheiro, ex-policial militar e integrante da equipe de segurança pública nos Governos de Cabral e seu sucessor, Luiz Fernando Pezão.
Marco Aurélio: “Por isso o Supremo hoje não é levado a sério”
O julgamento foi encerrado às 23h59min desta sexta-feira (25) e, caso os ministros tivessem decidido por manter a validade da delação, ao contrário do que ocorreu, os depoimentos de Cabral poderiam tornar Dias Toffoli o primeiro membro do STF a ser investigado por corrupção na história do órgão. O ministro aposentado Marco Aurélio Mello, que discordou da maioria, criticou o fato de o colega ter votado:
“Julgar em causa própria é a pior coisa para o juiz. Por isso é que o Supremo hoje em dia quase não é levado a sério. Isso é péssimo em termos institucionais”, completou.
Por Redação Rádio Pampa