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domingo, 19 de janeiro de 2014

S.I.F.C. - O SHOW EM MINAS GERAIS


Em pé da esquerda para a direita: Fifiu, Vazinho, Jorge Rodrigues, Edelyr, José Francisco, Amaro Rosa, Doní e Heleno. Agachados: Coêlho, Sebastião Madureira, Bibiu, Cocota, Jiló, Brandãozinho e Antonio Carlos
O Ribeiro Junqueira da cidade mineira de Leopoldina, representando a Zona da Mata disputa o Campeonato Mineiro da Primeira Divisão. Invicto há 52 jogos vem a Bom Jesus do Norte e vence o Ordem e Progresso mantendo a invencibilidade. Carlos Alberto Pereira Pinto presente e com um fornecedor da usina fazendo parte da diretoria do time mineiro combinam uma partida amistosa no domingo seguinte em Leopoldina. Os mineiros campeões regionais enfrentariam uma equipe amadora de Bom Jesus do Itabapoana. Já que o Ordem e Progresso estava disputando o Campeonato Capixaba Profissional. Ao chegarem a cidade o que os jogadores mais ouviam eram frases de gozações e faixas dizendo que a invencibilidade continuaria e ainda aplicariam uma goleada histórica naquele time de usina. Como ousariam desafiar o melhor time da Zona da Mata. Citando Nelson Rodrigues, parece que o sobrenatural do Almeida incorporou nos atletas do Santa Isabel ou se aquelas gozações antecipadas tinha mexido com o brio de toda equipe. O que se viu foi uma exibição de gala do time usineiro, principalmente um jovem de pouco mais de 17 anos que desfilava no setor de meia cancha, além de articular todas as jogadas e assinar essa jogadas ao receber a bola de sua defesa e fazer chegar ao ataque, Zé Francisco o nome do jogo marcou dois gols, sendo o outro do artilheiro Cocota na vitória de 3 a 1. Nessa partida o goleiro Devanir fez defesas milagrosas e estava no banco de reservas, o titular era o bonjesuense Coquinho Mégre, o ponta Zequinha, notabilizado pelo narrador Jorge Cury como o Zeca Diabo que sagrou-se campeão pelo Flamengo e Botafogo. Aquele domingo de 23 de maio de 1965 entrou para a história do poderoso esquadrão mineiro pois, todos queriam saber qual equipe pertencia aquele jovem jogador que tinha dado um show de bola. Inconformados e incrédulos com a quebra da longa invencibilidade alguns quiseram brigar porque não aceitava o deboche do Sebastião Madureira que descontou as provocações antes do jogo, devolvendo-as ao adversário. A diretoria procura Oliveira Tatagiba, querendo uma revanche para a quarta-feira seguinte, com tudo pago: Hotel e alimentação para toda a delegação. O Presidente do Santa Isabel chama o treinador João Luiz de Freitas e fala da proposta da diretoria do Ribeiro Junqueira, o “Terror da Zona da Mata”. Após conversarem Oliveira dá a resposta: “ Infelizmente não podemos aceitar o jogo, esse convite nos deixa muito satisfeito, mas os jogadores na sua maioria são funcionários da usina e eles tem que trabalhar amanhã segunda-feira”. Desde essa data quando falam do Santa Isabel FC na região, muitos lembram da equipe da usina de açúcar e álcool que desbancou o Ribeiro Junqueira. (Fonte dos livros: Santa Isabel Uma Paixão em Azul, Vermelho e Branco. Usina Santa Isabel, Jamais Esquecida).

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