O longo período de estiagem que atingiu diversas cidades do Espírito Santo castigou severamente o município de Presidente Kennedy. A cidade enfrenta, desde 2012 ,um déficit hídrico bastante significativo, o que reflete diretamente no setor rural. Com isso, as plantações e lavouras, responsáveis por 83% da renda municipal ficaram comprometidas.
Pensando em melhorar a situação do agricultor nas propriedades kennedenses, a secretaria de Agricultura, junto com o secretário e agrônomo Josélio Altoé, criou o projeto Olho D’Água, que tem como objetivo principal recuperar nascentes.
O carro chefe do projeto é o reflorestamento de mananciais. Funciona da seguinte forma: o proprietário interessado procura a secretaria e a prefeitura fornece estacas, arame e grampo para isolar a área onde há nascentes e cerca de 350 mudas diversas para o plantio na área. Depois disto é só esperar para que a água brote.
A secretaria de Meio Ambiente também é parceira do projeto. As mudas destinadas para a recuperação de nascentes são cedidas pela equipe. Centenas de frutíferas e nativas são cultivadas e preparadas para a distribuição. Entre as espécies estão Imbaúba, Jatobá, Mangaba, Ipê Rosa, Jacarandá, Angico, Palmito Doce, Jambo, Pitanga, Manga e uma inúmera variedade.
O programa ainda conta com a construção de caixas em curva de nível e caixas secas. Nas comunidades em que o Olho D’Água já funciona, já foram construídos mais de 45 quilômetros de caixas em curva de nível. Elas são uma espécie de vala para armazenar as águas da chuva e garantir que os nutrientes hídricos se espalhem nas propriedades.
Ainda dentro do projeto, a prefeitura está realizando a implantação de cerca de 350 poços semi-artesianos, desde a abertura até o armazenamento de água; a construção de 350 Sistemas de Esgoto Mini ETE’s, uma espécie de caixa de tratamento de água com capacidade para uma família de 10 pessoas por caixa mini ETE, a implementação de 105 cisternas e barragens. Tudo isso para que a água da chuva seja reaproveitada e utilizada da melhor maneira.
Além de todos os benefícios citados, o projeto já evitou que as enchentes recorrentes Presidente Kennedy voltassem a acontecer na cidade. Isso porque a água fica “presa” nas curvas de nível e nas barragens e é utilizada da maneira correta.
Segundo o secretário, até agora, cerca de 10 comunidades já foram beneficiadas. Valmira Corrêa Ramos é uma delas. Há mais de quatro meses aderiu ao projeto e afirma que não há do que reclamar. "A iniciativa é boa e eficiente. Desde que abri as postas da minha propriedade só obtive benefícios”, diz.
A propriedade de Valmira fica na localidade de Leonel. Lá já foi feita as barragens e a proprietária se prepara para recuperar uma nascente em seu terreno. “Já está tudo aqui. As estacas, o arame, as mudas. Só falta começar”. E ela não vê a hora de reaproveitar melhor a água das chuvas.
“Até agora, os resultados são bastante positivos. Muito proprietários estão entendendo a importância do projeto e aderindo, isso nos deixa comentes”, diz o secretário de agricultura.
Em uma propriedade na localidade de Jibóia, as barragens construídas há poucos meses já armazenam uma grande quantidade de água, que serve para o proprietário e os vizinhos. Sem o projeto, toda água teria ido embora.
Para Altoé, o projeto é válido e benéfico, por isso não pode parar. “São inciativas como está que fazem o município de Presidente Kennedy ser reconhecido positivamente”, afirma o secretário de agricultura.
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