Pixinguinha (à esquerda) ao lado de Vó Maria e Donga Foto: Marizilda Cruppe / Marizilda Cruppe / Arquivo
Na introdução, a letra já diz que “o chefe da folia/pelo telefone manda avisar/que com alegria/não se questione para se brincar”. E é nesse ritmo que, há exatos cem anos, “Pelo telefone” é considerado o primeiro samba. Foi no dia 27 de novembro de 1916 que Ernesto dos Santos, o Donga, registrou a canção na Biblioteca Nacional. Mas questionamentos não faltaram, ao logo desse século. A obra até hoje é alvo de contestações diversas. E é essa a história “atravessada”.
Donga teria sido o único autor? Muitos estudiosos afirmam que a música foi, na verdade, composta coletivamente, durante uma festa na casa da Tia Ciata, no Centro do Rio. Donga era um dos frequentadores mais assíduos do lugar, junto com João da Baiana e Pixinguinha — outros nomes de grande importância na história do ritmo. Em 1917, o próprio Donga incluiu o jornalista Mauro de Almeida como também responsável pelo samba.
— A maioria das questões que se levantam sobre “Pelo telefone” não vão ser resolvidas. Ele é um marco fascinante por tudo isso. É cercado de polêmicas, versões diferentes — acredita o historiador Luiz Antonio Simas, autor do livro “Dicionário da história social do Samba”, escrito com Nei Lopes.
Jornal Extra
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