Oito em cada dez brasileiros que recebem auxílio-doença já deveriam ter voltado ao trabalho. O governo federal cancelou 43 mil benefícios irregulares em apenas sete meses.
A revisão descobriu casos absurdos – como mulher recebendo benefício cinco anos depois do parto. E o benefício foi dado porque a mulher alegou que não poderia trabalhar grávida com pressão alta.
Apenas este mês mais de cem mil pessoas foram convocadas para passar por reavaliações. Eles recebiam auxílio-doença há pelo menos dois anos e, nesse prazo, não passaram por qualquer perícia. Mais de 37 mil brasileiros voltaram a ser avaliados por médicos da Previdência que concluíram: 84% já poderiam ter voltado ao trabalho. Estavam recebendo o benefício sem necessidade.
Além deles, outras 11,5 mil pessoas que foram convocadas para participar da revisão, mas não apareceram, também tiveram o benefício cancelado. Resultado: desde julho do ano passado, quando começou a fazer o pente-fino, o governo federal deixou de pagar 43 mil benefícios em todo o país. Uma economia de R$ 715 milhões por ano.
A expectativa do Ministério do Desenvolvimento é fazer, a partir de agora, uma média de 80 mil perícias por mês e concluir em até sete meses as perícias das pessoas que recebem auxílio-doença. Só depois disso serão convocados os mais de 1 milhão de aposentados por invalidez de até 60 anos que também estão há mais de dois anos sem fazer perícia.
O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento diz que as pessoas que recebem um benefício indevidamente prejudicam não só quem precisa.
“Ela lesa o colega de trabalho, lesa a poupança de todos os contribuintes, porque lesa ao receber indevidamente, porque deixa de contribuir. Alguém que está absolutamente apto ao trabalho, ele está, de certa forma desviando recursos de quem poderia ser beneficiado estando incapaz”, disse o secretário Alberto Beltrame.
Os peritos querem terminar de fazer logo a revisão dos benefícios das pessoas que têm até 49 anos e em seguida os beneficiários de 50 a 60 anos também serão convocados.
Por G1/Rádio Itaperuna
Nenhum comentário:
Postar um comentário