Foto:Jornal Paulistano
Os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes protagonizaram nesta quarta (21) seu mais duro bate-boca no plenário do STF (Supremo Tribunal Federal). Barroso disse que o colega é uma mistura do mal com o atraso e desmoraliza a corte. Também sugeriu que Gilmar age por interesses estranhos à Justiça.
A sessão precisou ser suspensa pela presidente do Supremo, Cármen Lúcia, que interrompeu Barroso, enquanto Gilmar insistia que era sua vez de falar. Gilmar rebateu, dizendo que Barroso deveria fechar seu escritório de advocacia.
"O senhor é a mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia", disse Barroso a Gilmar. "A vida para vossa excelência é ofender as pessoas. Qual a sua ideia? Qual sua proposta? Vossa excelência é uma vergonha, é uma desonra para o tribunal. Vossa excelência sozinho desmoraliza o tribunal. Está sempre atrás de algum interesse que não a Justiça."
A discussão ocorreu durante a votação de uma ação movida pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) contra doações ocultas em campanhas eleitorais. Gilmar voltou a criticar a proibição de empresas doarem para políticos -assunto que com frequência costuma abordar em plenário.
O ministro havia criticado antes a elaboração da pauta de julgamentos pela presidente Cármen Lúcia e a retirada da pauta desta quinta (22) das ações que tratam de auxílio-moradia para juízes, sob relatoria de Luiz Fux.
Em determinado ponto de sua fala, Gilmar criticou Barroso por ter aprovado na Primeira Turma (composta por cinco ministros), e não no plenário (formado pelos 11), sua tese de que aborto até o terceiro mês de gravidez não é crime. A ação era de relatoria de Barroso e foi votada na turma em novembro de 2016.
Foi então que Barroso interrompeu Gilmar e disse que ele não tem ideias ou propostas, apenas ataca os colegas.
A Tribuna
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