O pedido do diretório estadual do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) do Rio de Janeiro para cassar o deputado estadual reeleito Bruno Dauaire (PRP) e o deputado federal eleito Wladimir Garotinho (PRP) tem repercutido em São João da Barra. A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) pede a cassação dos diplomas dos parlamentares sob acusação de abuso do poder econômico e captação ilícita de sufrágio.
O Psol e a coligação “Mudar é Possível (Psol/PCB)” acusam os deputados já diplomados de compra de votos no bairro da Penha, em Campos, nas últimas eleições por meio de cabos eleitorais. Um vídeo que mostraria o momento em que um cabo eleitoral estaria entregando R$ 50 reais a eleitores estaria anexado ao pedido de cassação. A informação foi revelado por Esdras Pereira em seu blog (aqui). Depois, Esdras informou (aqui) que o tal cabo eleitoral teria participado do governo Rosinha Garotinho com DAS.
Em São João da Barra, os bastidores da política também ficaram movimentados com as informações. Bruno foi o candidato a deputado estadual mais votado no município, enquanto Wladimir foi o terceiro a federal. Em tese, o grupo político já estaria tentando se alinhar para enfrentar o da prefeita Carla Machado (PP), que venceu todos os pleitos no município desde 2004. Porém, o pedido feito ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que já abriu prazo para que os acusados apresentem sua versão, balança o tabuleiro.
Bruno, que é filho do ex-prefeito Betinho Dauaire, já disse que quer ser candidato a prefeito na cidade já governada pelo pai e pelo avô, Alberto Dauaire. Porém, em 2016, recuou da candidatura que chegou a ser aventada. Para 2020, ainda não afirmou que será candidato, mas é nome cotado. Caso a Aije proposta pelo Psol prospere, as ambições políticas de Dauaire estariam prejudicadas, não só por uma eventual sentença, mas pela carga negativa da acusação.
Além disso, nas redes sociais, alguns grupos já se mobilizam para lançar candidaturas para o executivo municipal em 2020 que fuja do dualismo Dauaire x Machado, que reina no município desde 2000 — com uma vitória de Betinho, em 2000; e três de Carla, 2004, 2008 e 2012 (com o apoio da prefeita a Neco, do MDB). Em 2016, ela venceu, com folga, o ex-aliado nas urnas.
Wladimir usou as redes sociais para atribuir a Aije aos adversários políticos, informando que o Psol é redutos de ex-petistas. Ao falar sobre o PT, lembrou que esse foi o partido do atual presidente da Câmara de Campos, Marcão Gomes (PR), a quem classificou como seu maior adversário político. Marcão, por sua vez, disse que o deputado eleito repete a prática do pai, Garotinho, e que “ao invés de cuidar de se defender das acusações que lhe foram imputadas, quer colocar no campo político”. Bruno, até o momento, não se manifestou sobre o assunto.
O TRE, na véspera do início do recesso, abriu prazo para que a defesa apresente as alegações.
Folha1
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