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domingo, 14 de julho de 2019

HISTÓRIA DA NOSSA TERRA: O COMÉRCIO NA USINA

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Uma Equipe do armazém-Foto/Arquivo
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Uma equipe do Bar-Foto/Arquivo

A direção da usina preocupada em melhorar o nível dos seus empregados, patrocinou a criação de uma Cooperativa de Consumo integrada por seus funcionários, compreendendo farmácia, açougue, padaria,armarinho, bar e um armazém com fornecimento de gêneros alimentícios em geral.
No dia 10 de fevereiro de 1962 foi criada Fornecedora Santa Rita. O objetivo principal dessa iniciativa capitaneada pelo Sr. Jorge Pereira Pinto, com seu espírito progressista era facilitar para os empregados, tanto na parte industrial, como para a parte agrícola a aquisição a preços mais baratos de todas as utilidades dispensadas as famílias, tais como: roupas, medicamentos, gêneros alimentícios entre outros, já que na época a cada dia os preços subiam assustadoramente. Como a Cooperativa era isenta de impostos à intenção era baratear os custos e facilitar esse acesso. É de se ressaltar que os espírito social da direção da usina, muito a frente dos legisladores da época, procurando melhorar por sua própria iniciativa a condução da vida dos seus funcionários.
A usina tinha moeda própria, funcionava uma caderneta que o trabalhador ou os seus familiares iam “cortar o ponto” com Orides Camargo, Paulinho Salvador, Carlos Braga, Dirceu Hipólito, Paulo Jorge entre outros. Nessa caderneta era colocado o valor dos dias trabalhados e funcionava como um adiantamento, geralmente os salários atrasavam. Com essa autorização comprava no armazém gerenciado pelo José Raul, no armarinho com Miguel Serafim, ou no bar com o José Couzzy, além de tirar uma ficha para comprar carne no açougue, o leite, o pão na padaria com o Adão Nascimento e o “macaco” onde se trocava as mercadorias e recebia um valor que variava de 70% a 80% em dinheiro, o pessoal se “virava”.
Para uma maior segurança existia uma farmácia com o demais moderno e com excelentes profissionais. O deslocamento para Bom Jesus era só em casos extremos, o que dependia da assistência era com o pessoal da farmácia.
Tudo ia bem, até que ao entardecer de uma sexta-feira dia 04 de fevereiro de 1966 um violento incêndio, tomou conta do armazém, que estava com um grande estoque de mercadorias, conseguindo o fogo em menos de 2 horas destruir totalmente o local onde funcionava em anexo o armarinho e o bar.
Inútil foram os esforços para conter as chamas dentro do prédio tinha muitos inflamáveis como querosene, álcool, banha, inseticida que facilitaram a combustão. De Bom Jesus do Itabapoana foram enviados vários extintores por iniciativa do Prefeito Oliveiro Teixeira, mas sem nenhum resultado.
Muita gente com medo, porque surgiu a notícia que se o fogo atingisse os reservatórios de álcool produzidos pela usina que ficava a poucos metros do local, a explosão destruiria a comunidade. Pânico em geral, muita gente correndo para o Espírito Santo, Bom Jesus, Santo Eduardo, mães apavoradas com os seus filhos menores não sabiam para onde ir. Um verdadeiro horror viveu a Usina Santa Isabel.
Muitos rezando e orando. A Capela de Santa Isabel foi aberta por iniciativa da Dona Loló, com o terço nas mãos na porta da Igreja chamava os fiéis para dentro para pedirem a intercessão de Santa Isabel, a Rainha Santa, Padroeira da Comunidade que junto ao Pai Celestial não deixasse que nada acontecesse de grave. Graças a Deus a perda foi só material, que após uma rápido cálculo foi estimado um prejuízo de CR$ 50 milhões de cruzeiros.
Houve vários comentários de que poderia ter causado o incêndio, mas nada foi comprovado. Após o susto, tudo queimado, veio a preocupação. O que os trabalhadores e os seus familiares comeriam? Pelo sistema adotado as compras eram feitas em rodízio: segunda quarta e sexta as lavouras. Terça, quinta e sábado as demais repartições, havia essa preocupação.
Na manhã de segunda-feira (06 de fevereiro) quando os primeiros operários se preparavam para iniciar mais uma jornada de trabalho, ainda traumatizados pelo incêndio, notou 02 caminhões estacionados próximo ao armazém queimado, estavam lonados. Muitos chegaram por curiosidade, para saber o que àqueles caminhões faziam ali.
Souberam pelos motoristas que foram convocados as pressas pelo Sr. Jorge Pereira Pinto, para não deixar desabastecidos os seus empregados, solicitou que viessem esses caminhões abastecidos de alimentos e foi improvisado, entre a balança, o armazém e o bar. O armarinho entre as residências do Sr. Eduardo Rezende e José Raul que funcionou durante vários anos, até que a reforma do prédio incendiado ficasse pronta.
Extraído do Livro: Usina Santa Isabel, Jamais Esquecida.

Blog do Jailton da Penha JDP


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