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domingo, 12 de janeiro de 2020

‘TENHO VERGONHA DE SAIR DE CASA’, DIZ MULHER QUE FICOU PRESA EM ROLETA DE ÔNIBUS, EM GUARAPARI

Mulher foi vítima de preconceito ao ficar presa na roleta de ônibus, em Guarapari, ES — Foto: Reprodução/ TV Gazeta
Foto:Reprodução/TV Gazeta
Após ter sido alvo de piadas por ficar presa em uma roleta de ônibus, em Guarapari, no Espírito Santo, a zeladora Rosângela Pereira, de 38 anos, ainda sofre as consequências do constrangimento que enfrentou. Envergonhada e abalada pela falta de empatia das pessoas que presenciaram a cena, ela lembra da situação com tristeza. "Eu estou cheia de dores. À noite, eu choro só de pensar o que as pessoas falam . Eu tenho vergonha de sair", disse. 
O caso aconteceu no dia 31 de dezembro, em um ônibus municipal de Guarapari. Elisângela disse que pediu ao motorista para entrar pela porta do meio, sem ter que passar pela roleta, mas ele negou.
“Eu pedi ‘motorista, por favor, abre a porta do meio?’. Ele disse ‘não, todos têm que entrar pela porta da frente’. Quando eu estava dentro do ônibus, ele disse que todos teriam que passar pela roleta, que era a norma da empresa. Quando fui passar, a catraca agarrou”, disse, chorando.
Os bombeiros precisaram ser chamados para retirar a roleta e liberar a mulher. Até a chegada do socorro, ela disse que o ônibus seguiu viagem normalmente. Pessoas que estavam dentro do coletivo riram da situação e filmaram a cena.
“Momento nenhum eles tiveram vontade de me socorrer. Eu senti. Porque não me perguntaram se eu estava passando bem, não me deram água, não perguntaram nada. Continuaram o destino deles normal. Andando normalmente, como se não tivesse nada acontecendo dentro do ônibus”, lembrou.
Em casos assim, envolvendo pessoas obesas, gestantes, com crianças de colo ou idosas, a orientação é que o passageiro pague a passagem ao cobrador e entre pela porta do meio.
A Prefeitura de Guarapari disse que cabe ao motorista e ao cobrador terem bom senso sobre casos desse tipo e cabe à empresa de ônibus orientar os funcionários.
Já a empresa responsável pelo ônibus disse que o motorista não a obrigou a usar a roleta, mas que vai apurar o que de fato aconteceu.

G1/ES

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