José Camilo, o maior doador de sangue do Hospital São Vicente de Paulo, completa, hoje, 91 anos. Ele recebeu em sua casa, durante o dia, várias visitas que foram cumprimentá-lo. Em uma dessas, recebeu uma placa de CONGRATULAÇÕES pelos relevantes serviços prestados a Bom Jesus, por parte do Instituto de Menores Roberto Silveira, representado por André Luiz de Oliveira, e do jornal O Norte Fluminense, representado por Gino Bastos.
Camilo nasceu em Itaperuna, no dia 13/02/1931. Filho de Camilo da Costa e Josefa da Costa, possui 7 irmãos, embora se recorde de apenas dois: Antônio e Djanira.
Em entrevista anterior ao O Norte Fluminense, ele disse: "Em 1951, eu estava empregado como pedreiro em Itaperuna, após um período de trabalho no matadouro. Aí, apareceu o José Abreu, conhecido como Zé Bucheiro, que me informou que o prefeito de Bom Jesus, Gauthier Figueiredo, necessitava de alguém, com experiência, para trabalhar no matadouro de Bom Jesus, que estava para ser inaugurado. José Abreu morava próximo ao Campo do Fluminense, em Bom Jesus, e vivia vendendo bucha de boi nas ruas. Aceitei a proposta e vim para cá. Assim é que comecei a trabalhar no dia 13/08/1951 no matadouro, que estava localizado onde atualmente está situado o DER. Aposentei-me neste serviço em 1980. "
Ele prossegue: "Assim que cheguei em Bom Jesus, passei a ser doador de sangue para o Hospital São Vicente de Paulo. O fato é que o hospital acabou sempre me procurando para doar sangue para pacientes, e acabei me tornando o maior doador de sangue de todos os tempos. Recordo-me que doei para cerca de 75 pessoas, que são meus irmãos de sangue. Doei, por exemplo, para André Luíz de Oliveira, atual presidente do Instituto de Menores Roberto Silveira, que acudi quando ele foi atropelado por uma bicicleta de carga. Eu o peguei caído na rua e o levei para o hospital e doei meu sangue para ele, que acabou perdendo um rim, mas se recuperou totalmente. O hospital reconheceu minha dedicação pelos serviços prestados e acabou me homenageando".
José Camilo costumava também ajudar o hospital em outras campanhas: "Eu ajudava voluntariamente no período de disputa para a Rainha da Festa de Agosto, quando se arrecadavam recursos importantes para o hospital. Eu costumava acompanhar os médicos na zona rural, para pedir bezerros para serem leiloados".
José Camilo conta que foi o primeiro negro a frequentar o Aero Clube: "Certa vez doei sangue para a esposa do Noé Borges, que era presidente do Aero Clube. Ele ficou tão agradecido, que me deu um título de sócio do clube. Fui o primeiro negro a entrar no Aero Clube. Hoje, sinto-me uma pessoa realizada, sou reconhecido pela sociedade, por tudo o que fiz pelo hospital e por Bom Jesus", finaliza.
Parabéns, José Camilo, por sua data natalícia! Felicidades! Viva José Camilo!!
O Norte Fluminense
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