O Conselho Regional de Engenharia informou que irá expedir ofício para a prefeitura, alertando para a possibilidade de acidentes com frequentadores
Diante da preocupação de moradores de dois prédios localizados em frente à Praia da Areia Preta, em Guarapari, e de banhistas que frequentam a região de que um muro de contenção no calçadão poderia ceder mais uma vez, como ocorreu em março do ano passado, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) fez uma vistoria no local nesta sexta-feira (3).
Como conclusão, o conselho constatou risco iminente de quedas e acidentes no calçadão e informou que irá expedir ofício para a Prefeitura Municipal de Guarapari, alertando para a possibilidade de que acidentes possam ocorrer com os frequentadores da praia. O município também será alertado sobre a falta de acessibilidade no local.
“Estamos mais uma vez sinalizando ao município a necessidade de correção e adequação da estrutura do muro a fim de evitar o avanço da erosão e o comprometimento da segurança da estrutura e da comunidade”, disse o presidente da instituição, o engenheiro Jorge Silva, que, demandado por denúncias, escalou profissionais para vistoriar a área.
Em março de 2022, o muro de arrimo do local cedeu após apresentar rachaduras devido ao avanço do mar.
Na ocasião, a área foi interditada e a equipe multidisciplinar do Crea realizou uma vistoria para avaliar os riscos de colapso da estrutura. Agora, o novo muro, construído há menos de um ano, preocupa os moradores e pedestres da Praia da Areia Preta.
Pendências observadas
Durante a ação desta sexta-feira (3), as equipes concluíram que a estrutura da obra requer ajustes e ainda precisa ser finalizada. Entre as pendências observadas pelos especialistas destacam-se:
• a falta de isolamento;
• inacessibilidade;
• inexistência de escadas e guarda-corpos na extensão da obra executada;
• trincas e fissuras em vários pontos de extensão do muro.
O Crea informou que solicitará à prefeitura e a empresa responsável pela execução da obra a apresentação dos projetos com os respectivos nomes dos responsáveis técnicos.
“Durante a vistoria não foi possível contrapor os dados do projeto com as informações relacionadas à execução do serviço, uma vez que não foram encontrados no local documentos que identificassem os responsáveis técnicos pelos projetos, apenas a existência da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do profissional responsável pela execução do serviço que, inclusive, prestou esclarecimentos e contribuiu durante a vistoria”, disse o gerente de Relacionamento Institucional, o engenheiro civil, ambiental e de segurança do trabalho Giuliano Battisti.
Outro alerta que será emitido ao poder público municipal diz respeito à iluminação do local. “Após o início da execução da obra, um poste de iluminação foi retirado daquela região. A medida tornou-se um risco para os cidadãos que transitam pelo lugar, aumentando muito a possibilidade de quedas, especialmente no período noturno”, relatou Giuliano.
A iluminação tem sido fornecida e mantida pelo condomínio de forma provisória.
O que diz a prefeitura
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Guarapari informou, a partir da Secretaria de Obras Públicas (Semop), que uma equipe técnica já foi ao local juntamente com a Defesa Civil Municipal e o engenheiro responsável pela construção do muro, para verificar a situação.
Em nota, o órgão acrescentou que foi constatado que o descalce do muro não compromete a estrutura da engenharia e que a fissura apresentada já foi tratada. “Com relação a escada, uma técnica irá ao local para avaliar”, disse.
Falta de acessibilidade à praia
Além da situação do muro, outra questão que incomoda é a escada instalada ao lado do muro: ela tem cerca de 1,5 metro de altura, impedindo a descida para a praia, em especial de pessoas com mobilidade reduzida.
“Para descer é bem complicado. Colocaram umas pedras lá para servir de continuação para a escada. O acesso está muito difícil para a Praia da Areia Preta. Ninguém consegue subir ou descer pela escada. E no meio do calçadão, se analisar as pedrinhas que foram colocadas, já estão rachado de ponta a ponta”, destacou a autônoma Maria Luzia Effgen Nunes, de 53 anos.
Redação Folha Vitória
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