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sábado, 16 de agosto de 2025

VEREADORES DE CALÇADO VETAM PROJETO QUE ELES MESMOS APROVARAM: DESPREPARO OU OBEDIÊNCIA CEGA?

Na última sessão da Câmara de Vereadores de São José do Calçado, realizada em 11 de agosto, um fato inusitado e polêmico marcou o cenário político local. Seis vereadores votaram a favor do veto do Executivo a um projeto que eles próprios haviam aprovado por unanimidade dias antes. Apenas o autor da proposta, Marvem Menezes (Republicanos), e a vereadora Janaína Beline (PSB) votaram contra o veto.
O projeto de Marvem Menezes previa a criação de um programa de orientação, acolhimento e apoio psicossocial às mães atípicas do município — aquelas que cuidam de filhos com deficiências ou necessidades especiais. Entre os objetivos estavam a promoção da saúde mental por meio de sessões com psicólogos, além de orientações sobre direitos, serviços e políticas públicas disponíveis.
A proposta havia sido retirada de pauta anteriormente, gerando forte repercussão, mas, após pressão popular, foi colocada em votação pela presidente da Câmara, Vanderleia Rodrigues (PSB), e aprovada por unanimidade no dia 10 de julho. Seguiu, então, para sanção do prefeito.
No entanto, para surpresa da população, o prefeito Cuíca (PSB) vetou o texto, alegando que o programa geraria despesas aos cofres públicos. Marvem contestou o argumento:
“O programa poderia funcionar utilizando toda a estrutura física e o corpo técnico já existentes no município, como profissionais da educação, ação social e saúde, além dos espaços públicos. Dizer que haveria custo extra não procede. É lamentável que as mães atípicas tenham perdido essa oportunidade”, afirmou o vereador.
Na votação do veto, seis vereadores da base governista seguiram a orientação do prefeito e votaram contra o próprio projeto que haviam aprovado anteriormente.
A atitude gerou indignação e levantou questionamentos: por que barrar uma iniciativa que não geraria novos custos e traria benefícios diretos às mães atípicas?
A opinião pública em Calçado está dividida. Parte da população acredita que muitos vereadores estão despreparados para avaliar e defender projetos de interesse coletivo. Outros sustentam que os parlamentares estariam “encabrestados” — preferindo seguir ordens do Executivo para manter benefícios políticos, mesmo que isso signifique votar contra medidas favoráveis à população.
No centro da polêmica, permanece a dúvida: a decisão foi fruto de falta de preparo ou de submissão política?

Café com Politica ES

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