Em 1992, fez o curso de cabos da PM e, em 1993, o curso para sargento, em Vitória. A partir daí, as promoções do militar foram por mérito, até chegar ao título de capitão. Ele também se graduou em História e pós-graduou em Direito Ambiental, pela Faculdade de Filosofia e Letras de Alegre (Fafia).
Nos 30 anos trabalhados na PM, o capitão Xavier se dedicou inteiramente à segurança da região. Ele trabalhou sete anos em sua cidade natal, São José do Calçado, depois atuou em Bom Jesus do Norte, Divino de São Lourenço e Guaçuí.
Assumir o comando da 2ª Cia do 3º BPMES, em Guaçuí, se tornou um grande desafio para ele. A cidade possuía altos índices de violência e casos ligados ao tráfico de drogas. Foi confiada, ao comandante, a missão de diminuir estes números e trazer novamente a paz para o município. “Aceitei a tarefa e tracei metas para garantir a segurança da população de Guaçuí. Não posso deixar de citar o comprometimento dos militares com que tive a honra de trabalhar aqui”, declarou.
E a missão foi cumprida. Durante o período de um ano e quatro meses que a 2º Cia da PMES ficou sob o comando de Xavier, os índices de violência caíram. “Saio com a sensação de dever cumprido. Não fiz tudo o que queria, mas tenho certeza que fiz tudo o que pude”, finalizou.
Após a cerimônia de ontem, que oficializa sua aposentadoria, o capitão pretende tirar, ao menos, três meses para descansar. Depois disso, ele irá se dedicar a algum projeto social. O capitão Xavier já recebeu um convite, para liderar o Conselho de Segurança que deve ser criado em Guaçuí, mas ainda não deu a sua resposta.
Missão dada é missão cumprida para o capitão Xavier
Para cumprir a missão de diminuir o índice de violência em Guaçuí, ao assumir a 2ª Cia, do 3º Batalhão da PM, o comandante, capitão Alcemar Xavier, desenvolveu um planejamento ostensivo de atuação. A principal visão do comandante, na Cia de Guaçuí, foi implantar um sistema onde a Polícia Militar se mostrasse mais presente na cidade.
“A Polícia precisava ter mais visibilidade, se mostrando presente em tempo integral. Para isso, instalar dois módulos policiais, em pontos estratégicos, ajudou muito na diminuição da violência”, afirma.
A massificação das rondas em todos os bairros, com atenção especial aos que mereciam, foi primordial, segundo o comandante, para diminuir a violência do município. Outro fator importante foi o apoio recebido do Serviço de Inteligência da PM. “Por meio de campanas, a PM conseguiu prender, por exemplo, um dos autores de uma série de crimes que aterrorizava São Felipe”, destaca.
Capitão Xavier solicitou, ao 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM) a presença constante do Grupo de Apoio Operacional (GAO) e o serviço de moto patrulhas, que passaram a rondar em lugares aonde as viaturas não chegavam. Ainda segundo ele, o comprometimento do grupo foi fundamental para o sucesso na atuação da Polícia neste ano em que esteve no comando.
Divulgar as ações diárias, segundo o capitão, também foi fundamental, para a corporação resgatar a credibilidade da população. Para isso, a PM estreitou a parceria com o jornal Folha do Caparaó e o portal Aqui Notícias, onde os leitores passaram a ser informados, em tempo real, sobre as apreensões de drogas, prisões imediatas e veículos recuperados, entre outras ocorrências. “Foi como eu disse no café em homenagem ao jornal, se queremos que a corporação seja bem vista pela população, precisamos mostrar o nosso trabalho”, disse o comandante, se referindo ao tradicional Café da Tarde da Cia que, pela primeira vez, quebrou o protocolo de convidar um militar e homenageou o jornal Folha do Caparaó, como forma de agradecimento pela parceria.
Buscando ainda mais proximidade com os moradores de Guaçuí, capitão Xavier criou um grupo, em uma rede social, denominado “Polícia Militar – Guaçuí pela paz”, onde passou a ter contato direto com o cidadão. Hoje, com aproximadamente 13.600 membros, o grupo é mais um canal para o recebimento de elogios, críticas e até mesmo denúncias.
