Dados do Ministério da Saúde tornados públicos nesta sexta-feira (02), revelam que pelo menos 26 mil doses da vacina contra o covid da AstraZeneca/Oxford, vencidas foram aplicadas até 19/06 em 1.532 municípios brasileiros, entre os quais sete na Região Noroeste Fluminense em todos os casos para primeira dose. Cidades do Noroeste:
O maior número foi usado em Maringá/ (3.023) e Bom Jesus do Itabapoana, aparece em 9º no ranking geral de erro vacinal com 374. Além da cidade do Vale do Itabapoana, aparecem na lista, Itaocara, com 59 doses aplicadas, Italva (03); Itaperuna, Santo Antônio de Pádua, Cambuci e Miracema, com apenas uma cada.
Vacina mais usada:
A AstraZeneca é a vacina mais usada no Brasil e responde por 57% das doses aplicadas neste ano. Todos os imunizantes expirados integram oito lotes da AstraZeneca importados ou adquiridos por consórcio. Um deles passou da validade no dia 29 de março. O que venceu há menos tempo estava válido até 4 de junho.
O lote pode ser conferido na carteira individual de vacinação. Quem tiver recebido uma dose de um desses oito lotes após a data de validade deve procurar uma unidade de saúde para orientações e acompanhamento.
A maioria (70%) das doses aplicadas depois da validade é de um mesmo lote do Instituto Serum, identificado como “4120Z005”. O bloco venceu em 14 de abril, mas continuou sendo aplicado depois dessa data pelo país. A capital do Pará também registrou doses aplicadas após vencimento de outro lote, identificado como “CTMAV501”, que veio da Opas e expirou em 30 de abril.
São Paulo também está entre os estados com maior quantidade de registros de doses aplicadas depois do vencimento: foram 3.648 unidades dos oito lotes vencidos de AstraZeneca ministrados (1.820 delas do mesmo lote indiano “4120Z005”).
Lotes vencidos:
Os lotes são os 4120Z001 – Vencimento em 29 de março ; 4120Z004 – Vencimento em 13 de abril ; 4120Z005 – Vencimento em 14 abril; CTMAV501 – Vencimento em 30 abril; CTMAV505 – Vencimento em 31 maio; CTMAV506 – Vencimento em 31 maio; CTMAV520 – Vencimento em 31 maip; 4120Z025 – Vencimento em 04 de junho.
Necessidade de revacinação:
Além disso, de acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19, quem tomou imunizante vencido precisa se revacinar pelo menos 28 dias depois de ter recebido a dose administrada equivocadamente. Na prática, é como se a pessoa não tivesse se vacinado.
O plano define, também, que cada indivíduo vacinado seja identificado com o lote da imunização recebida, o produtor da vacina e a dose aplicada. Isso é feito justamente para acompanhamento do Ministério da Saúde e eventual identificação de erros vacinais.
O DataSUS (sistema de informações do Ministério da Saúde) também identifica todas as pessoas imunizadas com um código individual, acompanhado de informações sobre idade, grupo prioritário de vacinação, data da imunização e lote da vacina recebida.
O Ministério da Saúde informou “que acompanha rigorosamente todos os prazos de validade das vacinas Covid-19 recebidas e distribuídas” e que “as doses entregues para as centrais estaduais devem ser imediatamente enviadas aos municípios pelas gestões estaduais. Cabe aos gestores locais do SUS o armazenamento correto, acompanhamento da validade dos frascos e aplicação das doses, seguindo à risca as orientações do Ministério.”
A validade das vacinas contra Covid-19 depende da tecnologia e dos insumos utilizados no desenvolvimento do imunizante. Essas informações integram os dados analisados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para regulação dos imunizantes utilizados no país.
A AstraZeneca e a Pfizer duram até seis meses. A Janssen, com validade original definida em três meses, agora pode ficar armazenada por até quatro meses e meio. A Coronavac tem duração de um ano — o primeiro lote dessa vacina utilizado no Brasil venceria somente em novembro.
Por: Folha CGN/Fonte: Folha de São Paulo/foto: divulgação