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quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

SEM COVEIRO, PARENTES USAM AS PRÓPRIAS MÃOS PARA SEPULTAR IDOSO

Um dos coveiros está de licença médica e o outro estava ocupado realizando outro sepultamento, de acordo com a prefeitura
Uma família precisou abrir uma cova com as próprias mãos para enterrar um parente no cemitério em Baixo Guandu, no Noroeste do Estado. Não havia coveiro para auxiliar os familiares em luto.
De acordo com a manicure Daniele de Souza Casagrande, de 21 anos, após a morte do avô, na última segunda-feira (03), Valdivino de Souza, de 92 anos, os parentes encontraram muitas dificuldades para conseguir um local para sepultá-lo. "Meu avô morreu após ficar internado por quatro dias por conta de pneumonia e infecção urinária. Minha família pagava o plano funerário e fizemos o velório na capela disponibilizada pela funerária", disse.
Porém, quando um parente procurou a prefeitura para realizar o sepultamento na terça-feira (04), a resposta que tiveram é de que não havia vagas para abertura de cova. "Disseram que não tinha vaga no Cemitério do Centro e que o mais próximo ficaria a nove quilômetros de distância. Além disso, informaram que teríamos que chegar lá até às 16 horas", disse.
A família então se deslocou ao Cemitério no bairro Mascarenhas e, quando chegaram, lá tiveram uma surpresa nada agradável: não havia coveiro no local para realizar o sepultamento.
"Quando chegamos encontramos uma cova que não estava totalmente aberta e com lixo em volta. Procuramos, mas não encontramos nenhum coveiro lá. Então, meu tio, amigos e populares ajudaram a cavar o restante da cova, colocar o caixão e depois cobrir com terra", contou.
A família, indignada, reclamou do descaso do poder público municipal e registrou imagens de toda a situação. "Ficamos indignados com tanta falta de respeito. A gente já estava de luto, triste, sofrendo e ainda precisou passar por isso. A prefeitura não fez nada e não informou o que aconteceu. Tiramos foto e fizemos vídeo. A própria população disse que essa situação acontece direto com outras famílias", lamentou.
SECRETÁRIO EXONERADO 
A assessoria da prefeitura de Baixo Guandu informou que o prefeito Neto Barros entendeu que não há justificativa para o ocorrido em Mascarenhas e decidiu exonerar o secretário de Serviços Urbanos Waldyr Moreira. No município, de acordo com a prefeitura, existem dois profissionais coveiros. Porém, um está de licença médica e o outro estava ocupado realizando outro sepultamento. 
O motivo da exoneração do secretário, de acordo com a assessoria, é exatamente o desrespeito com a família enlutada. "O atestado médico de um coveiro não justifica a ausência de outra pessoa da Secretaria de Serviços Urbanos para fazer a cova e prestar a assistência necessária à família", informou.
Sobre a falta de espaço para abrir novas covas no Cemitério do Centro do município, a prefeitura informou que essa dificuldade existe há cerca de um mês, pois, por ter mais de 70 anos, o cemitério Central possui, em sua maioria, jazigos de famílias de Baixo Guandu, que continuam sendo utilizados para enterrar os corpos. Porém, o local está impossibilitado para abertura de novas covas e sendo assim, a opção da prefeitura tem sido a transferência para outros cemitérios no entorno da cidade, como no bairro Mascarenhas.

Gazeta Online

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