O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal. Também fazem parte do que habitualmente chamamos de compor-tamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio. Conforme informações da cartilha “Suicídio: informando para prevenir”, produzida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), existem dois fatores de risco principais para o suicídio: Tentativa prévia: Pessoas que já tentaram tirar a própria vida têm de cinco a seis vezes mais risco de tentar outra vez. Estima-se que metade daqueles que se suicidaram já tinham tentado antes. Doença mental: Quase todos os indivíduos que se mataram tinham algum transtorno mental, em muitos casos não diagnosticado, não tratado ou não tratado de forma adequada. Os transtornos psiquiátricos mais comuns incluem depressão, transtorno bipolar, alcoolismo e abuso/dependência de outras drogas, transtornos de personalidade e esquizofrenia. Pacientes com múltiplas comorbidades psiquiátricas têm um risco aumentado, ou seja: quanto mais diagnósticos, maior é a vulnerabilidade. Existem ainda fatores desencadeantes, como desesperança, impulsividade, isolamento social e falta de um sentido na vida. Diversos fatores podem impedir a detecção precoce e,consequentemente, a prevenção do suicídio. O estigma e o tabu relacionados ao assunto são aspectos importantes. Durante séculos de nossa história, por razões religiosas, morais e culturais o suicídio foi considerado um grande “pecado”, talvez o pior deles. Por esta razão, ainda temos medo e vergonha de falar abertamente sobre esse importante problema de saúde pública. Um tabu, arraigado em nossa cultura, por séculos, não desaparece sem o esforço de todos nós. Os sinais de alerta incluem: falar sobre o suicídio (ou frases relacionadas, como “eu gostaria de estar morto” ou “eu não queria ter nascido”); ausência ou abandono de planos futuros; isolar-se de contato social; apresentar grandes mudanças de humor (estar eufórico em um dia e profundamente desencorajado em outro); ter atitudes arriscadas, como dirigir de forma imprudente ou entrar em brigas; e dizer adeus aos amigos e familiares como se não fosse vê-las novamente. Os sinais nem sempre são óbvios e podem variar. Não representam o diagnóstico em si, podendo nem estar presentes ou estar presentes e não indicarem necessariamente risco de suicídio. Mas como são comumente associados ao perfil, vale a pena observá-los. Alguns deixam suas intenções claras, enquanto outros mantêm os pensamentos suicidas e sentimentos ocultos. O diálogo e a transparência são elementos fundamentais na prevenção. Ao falar com alguém que demonstra ideação suicida, devemos ter uma abordagem acolhedora e sem nenhum tipo de preconceito. É preciso ter interesse pleno em ajudá-la e fazer as perguntas que vão dimensionar em que fase do processo ela está. “O desejo de se matar precisa deixar de ser tabu para ser sintoma de um sofrimento psíquico que, aliviado, impede o suicídio.
Charlene Batista de Souza Psicóloga CRP 05/44527 (22) 99892-9079
Blog do Jailton da Penha-JDP- Foto: Ilustrativa
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