O Defesa Civil nas Escolas envolveu mais de 20 mil alunos em 550 atividades realizadas neste semestre. Os trabalhos foram desenvolvidos em todas as 182 unidades da rede municipal, além de outras 32 particulares e outras duas estaduais. Nesses cinco meses letivos do ano, os estudantes trabalharam as ameaças de inverno, que são os incêndios florestais e a estiagem, abordando a educação ambiental e a temática do bem-estar animal. A meta da prefeitura é desenvolver a cultura de prevenção aos desastres de origem natural e de percepção de riscos entre as crianças e adolescentes, investindo na conscientização e em ensinamentos na sala de aula. Por causa do programa, Petrópolis já se tornou referência no Estado pela ação efetiva nas escolas.
A primeira instituição a entregar as atividades foi a Escola Municipal Paulo Freire, no Centro, que possui 147 alunos com necessidades especiais. Foram desenvolvidos cartazes e os estudantes também fizeram uma visita ao bairro Alto da Serra, aprendendo sobre ocupação desordenada. “A gente sempre pede para que eles tragam a realidade dos seus bairros para que seja desenvolvida a atividade. A visita de campo é importante também neste sentido”, explicou a professora Roseni Egídio, que ajudou no desenvolvimento das atividades para o programa.
Outro exemplo de instituição empenhada no projeto é a Escola Paroquial Nossa Senhora da Glória, no Morin. Todos os 500 estudantes do colégio estão envolvidos nas atividades do Defesa Civil nas Escolas. "Em mais de 40 anos de magistério eu nunca havia visto um trabalho como esse, efetivo, que vai trazer resultados para as nossas crianças. A conscientização ambiental é fundamental para garantirmos um futuro melhor. Esse trabalho precisa ser feito dentro da escola", disse.
Apesar de estar em prática há pouco tempo, o programa de Petrópolis se tornou referência para todo o Estado do Rio de Janeiro. Membros do Conselho Gestor de Defesa Civil das Regiões Norte e Noroeste do Estado (Cogesdec) e representantes dos municípios da Região Serrana estiveram na cidade conhecendo o programa, que é inédito no país. “É uma grande honra apresentar um programa criado pela nossa gestão para outros municípios. Se o Defesa Civil nas Escolas fosse criado no passado, o nosso presente seria completamente diferente”, destacou o prefeito Bernardo Rossi.
“Nos países de primeiro mundo, as crianças aprendem a como se comportar em caso de ocorrências. O trabalho desenvolvido em Petrópolis, através de força de lei, é uma demonstração que é possível fazer também aqui no nosso país”, disse Edimaldo Ferreira de Araújo, superintendente de Defesa Civil de Porciúncula. “É um grande sonho desenvolver o trabalho de prevenção aos desastres de origem natural com as crianças”, comentou Roberto Júnior, coordenador de Defesa Civil de Bom Jesus do Itabapoana.
No segundo semestre de 2018 - primeiro ano de funcionamento da política pública - foram realizadas 170 atividades, com a participação de 103 unidades da rede, oito particulares e um estadual. Nesse ano, o programa foi ampliado para as escolas das redes pública e privada que contam com educação infantil. O secretário da pasta, coronel Paulo Renato, explicou que a ampliação das atividades da Defesa Civil nas Escolas sempre foi um objetivo. “O trabalho em sala de aula é fundamental para que o futuro seja resiliente, criando uma cultura de percepção de riscos e de prevenção”, destacou o secretário.
O programa também já rendeu um prêmio para a prefeitura. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) vai entregar um pluviômetro semiautomático e um kit educativo para serem usados dentro da política pública. As ferramentas serão instaladas na Escola Municipal Senador Mario Martins, no Caxambu. “O reconhecimento nacional é a prova que estamos no caminho certo”, frisou Paulo Renato.
No segundo semestre, as escolas irão trabalhar em cima das ameaças de verão, que são os deslizamentos de terra, inundações, rolamento de blocos rochosos, tempestades de raios e vendavais. “A nossa meta é envolver todos os 42 mil alunos da rede municipal até o final de ano, além da participação das escolas particulares e estaduais”, completa o secretário de Defesa Civil.
Diário de Petrópolis
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