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sexta-feira, 2 de agosto de 2019

MUTIRÃO PODE COLOCAR EM LIBERDADE MAIS DE 2,3 MIL PRESOS NO ES

Um estopim prestes a explodir uma bomba. Assim poderia ser definido o sistema carcerário do Espírito Santo que está com uma superpopulação carcerária excedendo 161% de sua capacidade, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus).
Hoje, os 35 presídios do Estado estão com 23.693 pessoas privadas de liberdade e uma taxa de encarceramento de aproximadamente 589 presos para cada 100 mil. A capacidade dos complexos penitenciários é para 13.863 vagas. Essa é a 6ª maior taxa de encarceramento do País.
Em janeiro deste ano, logo após tomar posse, o governador Renato Casagrande chegou a dizer que o Espírito Santo é o Estado que mais prende no Brasil. Naquela ocasião, os presídios estavam com superpopulação de 8.678 detentos. Hoje esse número chega a 9.830.
Mutirão
Nesta semana, representantes dos Poderes Judiciário e Executivo, junto com membros do Ministério Público Estadual e da Defensoria Pública do Estado e da União participaram de uma solenidade no Auditório da Corregedoria Geral da Justiça (CGJ-ES), para conhecerem a metodologia do Mutirão Carcerário Eletrônico.
O novo formato de mutirão é uma das ações do programa Justiça Presente, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e terá início pelo Espírito Santo, devido aos bons resultados obtidos com a implantação do SEEU, o Sistema de Execução Eletrônico Unificado.
De acordo com o juiz Luís Geraldo Sant’Ana Lanfredi, o Mutirão Carcerário Eletrônico surge como uma ação complementar à implantação do SEEU, na tentativa de promover um desencarceramento responsável, a partir do diálogo interinstitucional, para que se atinja a efetiva ressocialização dos egressos. O novo formato de mutirão apresenta quatro pontos diferenciais em relação aos mutirões já propostos pelo CNJ em anos anteriores.
Metas
Uma das metas é voltar ao cenário vivido pelo sistema prisional há cinco anos, podendo colocar em liberdade mais de 2,3 mil presos.
“A ideia é redesenhar o panorama prisional e voltar ao cenário de 2014, quando havia 10% a menos no contingente de presos. Mas essa meta e os números ainda serão objetos de estudos e serão debatidos nas reuniões com juízes, defensores e promotores, em que será traçado o plano de trabalho operacional”, disse o juiz Luís Geraldo.
Segundo a analista do Programa “Justiça Presente”, Liana Lisboa, a perspectiva é que o mutirão dure três semanas. “Que nesse período todos os atores estejam envolvidos para dar uma resolutividade efetiva aos processos. A pretensão é terminar o mutirão sem deixar passivos, ou seja, sem processos para serem analisados”, destaca.

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Um comentário:

  1. Muito bem. De fato há pessoas em situação de cárcere que poderiam muito bem cumprirem suas penas de forma alternativa a prisão. Muitos desses crimes forma cometidos sem violência ou grave ameaça. Não justiça mantê-las presas.

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