Sob forte comoção, em cerimônia restrita a poucos familiares e amigos,
foi sepultado, na tarde desta quarta-feira (30), no cemitério Campo da Paz, o
corpo do deputado estadual João Peixoto. Internado com Covid-19 desde 27 de
agosto, o político de 75 anos não resistiu e morreu em decorrência das
complicações do coronavírus na manhã desta quarta (aqui).
A filha, Geruza Peixoto Alvarenga, lembrou o legado do político, pai e
avô. "Falar do meu pai nesse momento é muito emocionante. Meu pai deixou
um legado na política, do qual eu tenho muito orgulho, não só eu como toda a
minha família. Um homem íntegro, correto com as coisas dele. A principal
qualidade dele como político era a unidade. Ele atendia a todo mundo de uma
forma simples e correta, sempre estava com o telefone ligado para atender as
pessoas. Ele deixou um legado político muito grande. Não teve nenhuma inimizade
no meio político", disse Geruza, que continuou:
--Ele sempre falava o seguinte: ‘O meu adversário hoje, é meu amigo
amanhã’. Então ele nunca debatia, as pessoas poderiam falar, mas ele sempre se
manteve ético, jamais falava de ninguém. Foi um mandato de vereador e, logo
depois, se candidatou a deputado. E, de lá para cá, não parou mais. Ele falava
sempre que só iria parar com a vida pública quando Deus lhe chamasse porque
enquanto força ele tivesse, estaria atuando na política. Enquanto pai, foi um
maravilhoso, um avô que chamavam de babão, um pai que nos ensinou sempre a ter
muita responsabilidade, coerência e direcionamento, honrar o nome e ter
palavra. Sempre foi o que ele ensinou aos filhos e netos — disse, emocionada.
Companheiro de partido, Jorginho Virgílio falou da lacuna deixada pela
morte do deputado. “Eu conheço João Peixoto há bastante tempo, mas tive
oportunidade de me aproximar agora no sétimo mandato dele, durante a campanha.
Dos 25 vereadores de Campos, eu fui o único que o ajudei e hoje eu sou o único
vereador do partido que ele era o presidente estadual e vice-presidente
nacional. Minha convivência com o deputado foi muito saudável. A estadia dele
na internação atrapalhou um pouco a nossa montagem de nominata porque ele era o
grande líder do partido. Fez muita falta até mesmo na hora de escolher a
coligação. Sem dúvida alguma, nós perdemos hoje um dos maiores políticos de
Campos e do estado do Rio de Janeiro”, disse
Um dos taxistas mais antigos de Campos em atividade, com 59 anos de
profissão, Zezinho do Táxi, como gosta de ser chamado, de 84 anos, lembrou a
caminhada do amigo na política e da notícia sobre a doença. “Eu fiquei sabendo
que ele estava com essa doença maldita pela Folha da Manhã e guardei o jornal
pra entregar a ele quando ele melhorasse, mas, infelizmente, eu é que vou
guardar e também com a notícia de hoje”, lamentou ele que atuou no Sindicato
dos Taxistas e acompanhou as primeiras candidaturas de João Peixoto a vereador.
Folha da Manhã
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