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O novo secretário estadual de Educação, Comte Bittencourt, assume o comando da pasta em um momento complicado, quando a discussão sobre o retorno presencial das aulas em meio à pandemia domina o debate. A retomada do ensino nas unidades está no meio de uma queda de braço entre professores e o governo. Por isso, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) conversará com Comte na próxima segunda-feira, às 10h.
Será a primeira reunião de Comte com o Sepe já no início de sua gestão. A princípio, a conversa será presencial. Mas, devido à pandemia, pode ser que ocorra de forma virtual.
A categoria é firme ao dizer que não volta ao trabalho presencial devido à falta de segurança para a saúde dos profissionais. O titular da pasta - que foi por 14 anos presidente da Comissão de Educação da Alerj -, por sua vez, afirmou à coluna que vai ouvir todos os lados, e que não tomará uma decisão de retomada de forma precipitada.
"Vou fazer segunda e terça-feira um esforço concentrado para ouvir todos (categoria, Ministério Público e Defensoria) para que a gente não retome sem nenhuma precipitação", disse Comte à coluna.
Coordenador-geral do Sepe, Gustavo Miranda afirmou que a entidade vai marcar seu posicionamento. "O debate que vamos fazer com o secretario é o que tentamos por seis meses e não conseguimos: dizer que o retorno agora é precipitado porque o Rio de Janeiro não apresenta condições de controle da pandemia e que coloquem os profissionais em segurança. Por isso, achamos que retornar no dia 5 é um grande equívoco", declarou.
Miranda é categórico ao dizer que os educadores pretendem firmar esse compromisso com Comte: "Queremos que as escolas não abram enquanto houver risco de contaminação dos profissionais de Educação".
Outro ponto que será debatido, segundo o representante do sindicato, é o desconto de professores que não conseguiram acessar a plataforma de ensino remoto.
"Alguns profissionais na condição do ensino remoto estão sendo descontados pelo fato de não conseguirem acessar a plataforma, e sempre colocamos que é algo novo... E boa parte da categoria não teve treinamento... Descontar (do salário) por não ter tido acesso é um absurdo", afirmou Miranda.
Por fim, outro item que entrará na discussão é o fechamento das escolas que estão abrindo por motivos específicos - como oferta de merenda a estudantes.
O coordenador da entidade alegou que diretores e outros funcionários estão se arriscando no transporte público, e que o governo estadual poderia encontrar outras soluções. Ele citou, por exemplo, o que fez a Prefeitura do Rio, que passou a entregar um cartão-alimentação (no valor de R$ 54,25).
"O valor pago pela prefeitura nós discutimos e questionamos. Mas não há sentido em manter o diretor e funcionários se deslocando pra escola de trem, ônibus e metrô", ressaltou Miranda.
O Dia
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