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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

JUSTIÇA DERRUBA DECISÃO QUE PROIBIA VOLTA ÀS AULAS PARTICULARES NO RIO

 Na foto, Colégio Marista São José, na Tijuca, Zona Norte do Rio

Na foto, Colégio Marista São José, na Tijuca, Zona Norte do Rio - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

O desembargador de plantão Carlos Henrique Chernicharo, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ), proferiu, neste domingo, decisão favorável ao Sindicato das Empresas de Educação Básica, que pedia a derrubada da decisão que proibia a volta às aulas até que uma vacina contra a covid-19 estivesse disponível. 

Com a nova decisão, o retorno das aulas ficaria liberado já a partir desta segunda, dia 14, para os ensinos médio e fundamental da rede particular do Rio de Janeiro. Mas a Prefeitura informou, contudo, que a retomada das aulas continua inviabilizada por conta de uma decisão judicial anterior, que segue em vigor. A Procuradoria Geral do Município (PGM) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra essa decisão e aguarda a análise do mérito. No restante do Estado, as aulas presenciais estão autorizadas.

O texto proferido pelo TRT/RJ neste domingo pontua ainda que não há obrigatoriedade de retorno "para àqueles empregados que se encontram na chamada “faixa de risco”, conforme definido pelas autoridades sanitárias e em matéria de saúde, mantendo-os ativos por meio do “ensino à distância”, devendo serem propiciados os meios físicos e adequados para esses profissionais ministrarem aulas".

A decisão, proferida pelo desembargador de plantão, ocorre no mesmo dia em que donos de escolas e creches realizam um protesto para o retorno das aulas na orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio. 

Em nota, o Sindicato dos Professores do Município e Região (Sinpro-Rio) lamentou a decisão, afirmando que ela "coloca em risco a vida de inúmeras crianças, familiares e trabalhadores/as. O Departamento Jurídico do Sinpro-Rio está tomando as medidas jurídicas necessárias para reverter à decisão proferida em mandado de segurança pelo desembargador Carlos Henrique Chernicharo". O sindicato reforçou ainda que, independente de decisões judiciais, a manutenção da greve dos professores da rede municipal foi aprovada,, em assembléia realizada neste sábado.

Decisão comemorada por entidades após protesto

Representantes das escolas e creches particulares do Rio de Janeiro comemoraram a cassação da liminar que proibia o retorno às aulas na rede privada

"As nossas escolas estão festejando com essa liminar que caiu. Realmente fizemos justiça porque a escola é o lugar mais preparado para acolher e para que nossas crianças estejam bem guardadas e fazendo o seu desenvolvimento de forma segura’, afirma Claudia Jordão, representante do grupo de escolas particulares do Rio de Janeiro.

Helena Castro, presidente da Associação de Creches e Escolas Particulares do Rio de Janeiro (ACEP Rio), afirma que todas as escolas e creches particulares estão cumprindo rigorosos critérios de segurança pautadas pelas Regras de Ouro da Prefeitura do Rio e agentes de saúde.

"Temos pediatras trabalhando em conjunto com escolas particulares na elaboração de protocolos para garantir segurança tanto para os profissionais das escolas quanto para os alunos. Lembrando que o retorno é voluntário e gradativo e que nossos profissionais que estão em quadro de risco ou de morbidade significativa permanecerão em home office", conta ela.

Helena explica ainda que as escolas e creches estão há 200 dias fechadas e que as consequências são as mais variadas. Segundo ela, as instituições de educação infantil estão com 50% de cancelamento de matricula e as escolas de fundamental 1, 2 e médio estão trabalhando com 20% de evasão e mais de 70% de inadimplência.

"Nesse momento de pandemia, em que nós, que estamos regularizados, estamos impedidos de abrir, o aumento de estabelecimentos ilegais aumentou muito. Eles não têm a mesma condição de oferecer protocolo de segurança como as escolas legalizadas. É extremamente perigoso manter as escolas fechadas porque os pais não têm opção para deixar seus filhos e contratam esses locais e colocam crianças em risco", alerta.

O Dia

 

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