A Delegacia Especializada de Narcóticos (Denarc) de Guarapari deflagrou, nessa sexta-feira (11), a Operação 'Vade Mecum', voltada ao cumprimento de seis mandados de prisão temporária relacionados aos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas e corrupção ativa. Duas advogadas e dois internos do sistema prisional foram presos.
Foram cumpridos seis mandados de prisão temporária por 30 dias e diversos mandados de busca e apreensão. Durante as buscas, foram apreendidos computadores, celulares e simulacros de arma de fogo. Um revólver foi encontrado em um dos endereços de uma das advogadas.
"Respeitamos muito a Ordem dos Advogados do Brasil, mas infelizmente temos pessoas que atuam para o mal em qualquer profissão. É o caso dessas duas mulheres, que se aproveitavam de uma prerrogativa para cometer crimes graves. Só tenho que parabenizar a Polícia Civil, pela investigação, e dar todo o apoio e suporte para que possamos impedir esse tipo de situação. O Estado não pode ser prejudicado por quem utiliza um benefício em favor de criminosos", destacou o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho.
Segundo o titular da Denarc, delegado Guilherme Eugenio, as investigações duraram seis meses. "As advogadas aliciavam servidores públicos em troca de propina. Um desses servidores não aceitou a proposta e avisou a direção da unidade que nos procurou no final do primeiro trimestre. Durante as investigações, encontramos indícios de que uma organização criminosa estaria promovendo a inserção de drogas na unidade e praticando crimes correlatos. Conseguimos identificar os membros dessa organização que culminou nas prisões de hoje", disse.
O delegado contou também que as advogadas se valiam de suas prerrogativas para entrarem no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarapari sem serem revistadas. "Elas levavam as drogas para a unidade. As investigações revelaram que essa organização fornecia drogas para outras unidades prisionais", afirmou.
Durante as buscas, foram apreendidos diversos bilhetes com anotações que as advogadas levavam e traziam para os internos. "Além das drogas, elas também promoviam a comunicação dos internos como o mundo exterior, transmitindo todo tipo de ordem. E elas faziam isso com bastante desenvoltura, chegando a promover verdadeiras reuniões entre os internos", revelou o responsável pela operação.
A Operação conta com apoio da 1ª Delegacia Regional de Vitória, da 5ª Delegacia Regional de Guarapari e equipe de k9 da Secretaria da Justiça (Sejus) e é acompanhada pela Comissão de Defesa de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil-ES.
Jornal Fato
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