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sábado, 7 de janeiro de 2023

BOM JESUS E MAIS 9 MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO AINDA UTILIZAM LIXÕES

Dos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro, dez ainda enviam seus resíduos a lixões, que representam riscos ao meio ambiente e à saúde pública. Os dados são de um diagnóstico inédito feito por pesquisadores do mestrado profissional em Ciências do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida (UVA).
Juntas, as cidades de Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaperuna, Natividade e Porciúncula, no Noroeste Fluminense, além de Cordeiro, Resende, Teresópolis e São Fidélis, encaminham mais de 470 toneladas de lixo diariamente a vazadouros.
Segundo a pesquisa, 76 municípios fluminenses enviam aproximadamente 18 mil toneladas de lixo por dia para 19 aterros sanitários licenciados no próprio estado e seis encaminham cerca de 100 toneladas diariamente para aterros em Minas Gerais.
O levantamento foi realizado por pesquisadores do mestrado profissional em Ciências do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida (UVA). De acordo com o professor e coordenador do curso Carlos Canejo, os principais impactos causados por esses vazadouros são no solo e na água.
“A gente tem uma série de impactos associados à manutenção dos vazadouros aqui no estado do Rio, que estão vinculados a potencial poluição do solo, das águas, do ar, visual, geração de maus odores, até mesmo sonora, eventuais acidentes e proliferação de vetores. Dando um maior destaque a poluição do solo e a poluição das águas, a partir do momento que há o descarte inadequado desse resíduo diretamente no solo, ele vai causar alterações nas características físicas, químicas e biológicas do mesmo. A poluição das águas, em especial, tem um grande agravante. Quando eu descarto esse resíduo de forma inadequada no ambiente, o chorume que vai ser gerado e entrar em contato com o solo, ele oferece um elevado risco de contaminação aos corpos hídricos superficiais e as águas subterrâneas. Isso é extremamente problemático porque a partir disso, com a movimentação do lençol freático, pode haver contaminação de várias outras áreas e outros corpos hídricos”, detalhou Carlos Canejo.
“É muito importante que se tenha um cuidado no encerramento dos vazadouros e se busque soluções de engenharia amparadas pelo licenciamento ambiental para que se possa fazer um fechamengo seguro desses lixões”, explicou Canejo.
De acordo com o estudo, a maior parte das cidades que continuam destinando seus resíduos em lixões e vazadouros tem a densidade demográfica reduzida, o que impacta diretamente na arrecadação de impostos e manutenção do modelo.
“Existe uma questão no âmbito do gerenciamento de resíduos que se chama escalabilidade, se a gente vai trabalhar com cidades muito grandes, a gente tem escalabilidade pra desenvolver soluções. Cidades pequenas tem muita dificuldade. A partir do estudo, a gente consegue identificar que as cidades com a menor quantidade populacional tiveram mais dificuldade pra viabilizar soluções”, contou o professor.

Fonte: Agências de Notícias

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