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segunda-feira, 27 de novembro de 2023

PRAÇA AMARAL PEIXOTO: ENTRE A INOVAÇÃO E O ABANDONO

Ser observador das administrações públicas leva sempre a uma pergunta elementar: "qual o legado que uma administração pública deixou ou deixa, e que tem o reconhecimento da população?"
Relacionada a essa questão há a capacidade de inovação de uma administração. O que se pode esperar de uma gestão que não está imbuída de uma visão transformadora da realidade?
Vamos aqui mencionar um exemplo veemente do que queremos demonstrar, e se refere à situação da histórica praça Amaral Peixoto, localizada ao lado da rodoviária e do prédio da Câmara de Vereadores, retratada pelas fotos tiradas no dia de hoje.
Entra gestão e sai gestão, a situação tem permanecido a mesma: o local como fixação de moradia, ainda que provisória.
Após a reclamação da sociedade, costumam aparecer pessoas para retirarem esses "moradores", que, tempos depois, como é o presente caso, retornam à praça, de modo cíclico.
Além da necessidade de resolução definitiva desse problema social é necessário que o poder público municipal passe a dar uma destinação adequada a esse espaço histórico.
O consagrado escultor Valdieri Martin, radicado em Cachoeiro de Itapemirim, apresentou, para duas administrações municipais, um importante projeto para a vitalização da praça Amaral Peixoto.
Valdieri se baseou na ideia de Padre Mello, que pretendia homenagear os 12 instituidores do patrimônio de Bom Jesus, em 1942, centenário do início do desbravamento do município.
Os instituidores são: Francisco Furtado Costa, do Barro Branco, José Rodrigues Costa, da Soledade, João da Costa Soares, da Cristalina, João Ignácio da Silva, da Barra do Sacramento, Antônio Teixeira de Siqueira, Francisco Teixeira de Siqueira e José Teixeira de Siqueira, da Barra do Pirapetinga, Francisco José Borges, do Córrego do Leite, José Carlos de Campos, da Fortaleza, Jacob Furtado de Mendonça, da Fazenda São João Batista, Manoel Furtado e Alferes Silva Pinto.
A ideia é valorizar esse espaço público e transformar a praça Amaral Peixoto numa referência histórica para o município e estimular ali a realização de atividades culturais.
Deve-se salientar que Valdieri confeccionou um belo monumento em honra ao Padre Preto, em Calheiros, e um precioso busto de Elcio Xavier, o Príncipe dos Poetas, que está no Espaço Cultural Luciano Bastos. O escultor tem, portanto, serviços relevantes a Bom Jesus.
Qual foi a resposta das administrações ao projeto apresentado por Valdieri para a praça Amaral Peixoto? Nenhuma!
É certo que a administração tem a opção de realizar ou não um determinado projeto apresentado e, no caso da praça Amaral Peixoto, tem a discricionariedade em deixar as coisas do jeito que estão.
Os militantes da área da cultura têm, contudo, também, o direito de criticar a incapacidade de visão das administrações e a falta de vontade política em implementar ações culturais permanentes em favor da coletividade.
E aguardarão curiosos as propostas do ano que vem, dos postulantes ao cargo do executivo municipal, para a solução dos problemas persistentes estampados pela praça Amaral Peixoto.

O Norte Fluminense

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