Tendo sido eu aluna no ano de 2008, coleciono jocosas histórias por ter estudado nas dependências da escola Rio Branco. Quando criança, me deitava no chão da escola, assim como os demais para poder ver pelas frestas o que havia entre o piso de madeira e o espaço até o solo que fazia a fundação da construção.
Como se é sabido, o Colégio Rio Branco possui uma estrutura centenária e me lembro especificamente desse detalhe do piso de madeira que chamava a atenção e a curiosidade de nós crianças.
E não para por aí, lembro também que os alunos das turmas mais avançadas para nos colocar medo falavam que ali havia sido um cemitério um dia - fato verídico por sinal - e, devido isso, se continuássemos a querer olhar pelas frestas do chão de madeira poderíamos encontrar alguma coisa, o que apenas servia para aguçar a curiosidade de uma criança.
Estudar nesse imponente colégio foi de muita valia, pelo corredor principal havia uma parede repleta de porta-retratos com fotos dos formandos desde o início da atividade do colégio. O que era incrível acompanhar as características dos uniformes através dos anos, as pessoas, as vidas que se passaram por ali.
Poderia eu ainda discorrer sobre as carteiras de madeiras bem pesadas, as imponentes portas e janelas e o teto de beiral alto, o pátio central que reunia todas as salas, da vez que meu poema de dias das mães foi reconhecido e ainda exposto em cartolina para todos verem, da feira de artes, dos campeonatos de futebol, ou de quando participei da banda marcial onde fui porta-bandeira do Brasil para o desfile no aniversário da cidade, que por coincidência também é o meu, e na entrega dos instrumentos ao final do dia, a banda de surpresa tocou ’’parabéns pra você’’ para mim na quadra de esportes. Logo, nota-se a infinidade de memórias produzidas lá.
É indubitável a importância do Colégio Rio Branco na história da sociedade bonjesuense. Ter tido a existência de uma instituição que promoveu a educação por mais de um século, desde a época onde o acesso ao ensino era um privilégio e não um direito, inclusive com o ingresso massivo de mulheres na educação, como se pode ser constatado pelo extenso acervo de imagens.
Destarte, agradeço imensamente a oportunidade pelo convite de rememorar uma época muito feliz onde fui aluna do Colégio Rio Branco, lugar onde tive minhas mais variadas habilidades desenvolvidas.
Falar do Colégio Rio Branco nunca será uma missão rápida, seja por quem é ex-aluno ou não, e perpetuar sua importância e memória sempre será do interesse da história do município e da sociedade civil.
Tacciana Maria Bernal é ex-aluna do Colégio Rio Branco do ano de 2008
O Norte Fluminense
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