Divulgação/Polícia Militar
A sexta-feira começou com o policiamento normal na cidade do Rio, apesar de algumas manifestações — pacíficas — em alguns batalhões da Polícia Militar no Estado. Ao 'Bom dia Rio', da TV Globo, o major Ivan Blaz, porta-voz da corporação, afirmou que a troca de turno está acontecendo normalmente em todos os quartéis do Rio.
"É importante para a nossa segurança colocarmos a polícia na rua. Não podemos permitir que cenas de barbáries, que aconteceram no Espírito Santo, se repitam aqui", afirmou o major Ivan Blaz.
Desde o final da noite desta quinta-feira, parentes de PMs chegaram à porta de pelo menos 27 batalhões — de um total de 100 no estado do Rio. No movimento articulado pelos familiares, por meio das redes sociais, os manifestantes estão reivindicados melhores condições de trabalho para os policiais, pagamento do décimo terceiro salário e da gratificação do Regime Adicional de Serviço (RAS), pagamento de insalubridade e periculosidade, entre outros.
No 20º BPM (Mesquita), as mulheres não estão deixando que os policiais saiam com viaturas, somente à paisana. No entanto, a entrada de policiais militares fardados está sendo permitida pelos familiares que fazem o protesto.
No 3º BPM (Méier), alguns policiais também estão tendo dificuldades de sair da unidade fardados. As mulheres continuam fechando o cerco.
No Comando de Polícia Pacificadora (CPP), em Bonsucesso, os policiais estão sendo impedidos de trocar de turno, no entanto, alguns PMs estão driblando o cerco e usado até escadas para chegar ao local.
O objetivo dos manifestantes é não permitir que os policiais saiam das unidades para fazer o patrulhamento nas ruas. Os familiares argumentam que a falta de salário e os perigos pelos quais maridos e parentes passam chegaram a uma situação "desanimadora".
Durante a madrugada, o major publicou no Facebook oficial da PM informando que a rotina das tropas não foi alterada e o policiamento estratégico está sendo mantido. O major também pediu que a saída dos agentes dos batalhões do estado não seja impedida por seus parentes.
"Família policial militar, estamos cientes das manifestações a serem realizadas diante de nossas unidades. Mas é fundamental que não esqueçamos o que está acontecendo no nosso estado vizinho. No Espírito Santo, em poucos dias, mais de cem pessoas foram mortas, incluindo policiais e seus familiares", falou Blaz.
"Sabemos que nossa situação é difícil, é complexa, mas não podemos de forma alguma permitir que esse cenário de barbárie chegue às nossas casas, chegue às nossas famílias. Todos estão percebendo o clamor público para que continuemos atuantes. Senhores, isso mostra a nossa importância. Mas impedir que o policiamento ganhe as ruas é lanças à própria sorte não só a sociedade como um todo como também os nosso familiares".
Ao fim de sua fala, Blaz faz um apelo: "Por favor, não impeçam a saída do policiamento".
Na manhã desta sexta, os trens, as barcas, todos os ônibus do município e o metrô — linha 1 e 2 — funcionam normalmente.
Reportagem do estagiário Rafael Nascimento/O Dia