A declaração do vereador de Dores do Rio Preto, Eclair de Souza (PSB), durante uma sessão da Câmara no mês passado, tem gerado mal-estar entre a cidade e o município vizinho, Divino de São Lourenço.
Ambos são referência turística na região do Caparaó e Eclair usou a tribuna para criticar o turismo praticado no distrito de Patrimônio da Penha, um dos destinos mais procurados por turistas de todo o país. Em um vídeo da sessão, que circula nas redes sociais, o vereador diz que Patrimônio da Penha atrai um turismo maléfico para a região. “Um turismo natural, não se vê polícia. As pessoas vão para lá procurar coisas naturais, fumar baseado. Ao chegar lá só se vê fumaça subir”, diz Eclair, no vídeo.
O conceito alternativo e a vivência em comunidade praticado por parte da população de Patrimônio, com a agricultura orgânica ou agroindústria, por exemplo, atraiu moradores de diversas partes do Brasil, inclusive do exterior. O vereador não poupou críticas a eles também. “O turismo em Patrimônio da Penha é fumar maconha e coisas naturais. São hippies que vem da Austrália e dos EUA, é casa de vidro; nem tomam banho. Ainda bebem chá para ficar doidão […]”, falou o vereador, em notória menção à ayahuasca, bebida utilizada pelos seguidores do Santo Daime, cujo único templo no Espírito Santo fica em Patrimônio da Penha, sendo reconhecido e respeitado nacionalmente.
A Associação de Moradores de Patrimônio da Penha (Ampa) promete não deixar o assunto pra lá. “A associação planeja apresentar carta de repúdio ao vereador em nome de toda a comunidade que se sentiu ofendida. Entendemos que sofremos ataques gratuitos da parte do parlamentar”, disse Ronaldo Neves, presidente da Ampa e vereador em Divino de São Lourenço.
A redação tentou contato com o vereador Eclair de Souza para comentar o assunto, mas até o fechamento desta reportagem não foi possível localizá-lo.
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