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domingo, 22 de novembro de 2015

POLÍTICA DO INTERIOR MARCADA POR ATENTADOS

Carro do ex-prefeito David Loureiro (detalhe) levou 19 tiros (Fotos: SF News/Carlos Emir/Arquivo)
Rogério Bianchini: morto a tiros (Divulgação)
O dia 13 de novembro de 2015, uma sexta-feira 13, será inesquecível para o ex-prefeito de São Fidélis David Loureiro (PR), 56 anos. Foi a data em que ele conseguiu escapar com vida de uma emboscada. Os executores interceptaram seu carro na Rodovia RJ-116, na altura da localidade de Carrapichão, próximo ao trevo de Campelo, quando estava a caminho do município de Miracema, na Região Noroeste Fluminense. Os dois homens, que se encontravam em uma motocicleta, dispararam 19 tiros, que destruíram os vidros do carro da vítima, um Gol, cor prata, mas acertaram apenas dois disparos: um atingiu o ombro e o outro atravessou o pescoço do ex-prefeito. David chegou a ficar internado, mas já recebeu alta e se recupera dos disparos.
Histórico – Atentados políticos permeiam a história política do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro. Em menos de 30 anos, 72 políticos foram assassinados no país. Só no Estado do Rio de Janeiro, nos últimos 10 anos, foram 21 assassinatos. Magé, na Região Metropolitana, é a cidade campeã de violência política no Estado com nove assassinatos registrados desde 1997.
Assim como a maior parte dos crimes políticos que acontecem, os matadores que tentaram executar David Loureiro não roubaram nada. Apenas chegaram para fazer o “serviço sujo”. “Tudo indica que o crime teve motivação política. David denunciou uma máfia envolvida com falsificação de carteiras de motoristas, vinha fazendo fortes críticas ao governo do atual prefeito de São Fidélis, Luiz Fenemê (PMDB), e ultimamente estava tratando do processo de expulsão e cassação do mandato do deputado estadual Jair Bittencourt, no PR, por infidelidade partidária. Não quero responsabilizar ninguém, mas todas as hipóteses precisam ser investigadas”, observou o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR), que é aliado de David Loureiro.
Atividade de risco em alguns municípios
Em algumas cidades do Estado do Rio de Janeiro, política é atividade de risco. Segundo levantamento recente do Jornal O Dia, nos últimos 10 anos, nada menos do que 21 políticos foram assassinados no Estado. O último deles foi o ex-prefeito de Macuco, na Região Serrana, Rogério Bianchini, 62 anos. Ele foi executado no dia 30 de março com cinco tiros, na frente da mulher e do filho de 7 anos, na porta de casa, no Bairro Maravilha.
Os assassinos fugiram em um carro Honda Civic, cor prata. A Polícia já prendeu os principais suspeitos, o vereador Douglas Borges (PSC), o policial militar Davi Carlos Medeiros e Daniel Aleixo Guimarães. As investigações apontam para motivação política. Bianchini era pré-candidato à sucessão em 2016.
Homicídios políticos na Região
Vereador de São Fidélis Juarez Carlos da Silva, o Joaninha – Assassinado na década de 90.
Vereador de Campos Sérgio Luiz Paes da Silva (Lilico) – Assassinado a tiros, em 1997, pelo então suplente Zezinho de Travessão, que foi preso e condenado.
Vereador de São Francisco de Itabapoana José Antônio Rangel de Azevedo – Assassinado em 1997. Os executores foram presos.
Vereador de São Francisco de Itabapoana Carlos Abílio – Morto tiros em 2002. Os acusados foram presos e levados a julgamento.
Ex-vereador de São Francisco de Itabapoana Leonardo Terra – Morto a tiros em 2007 ao sair de uma igreja evangélica, em Campos.
Vereador de São Fidélis Eferson Soares de Souza – Assassinado em 2009.

O Diário

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