Um pastor, a esposa e o filho foram presos na tarde de hoje em Guarapari suspeitos de manter cerca de 15 idosos em cárcere privado. A Polícia Civil chegou ao local depois de receber denúncias de um órgão da prefeitura ligada à Secretaria de Assistência Social.
A prisão aconteceu por volta das 15 horas de hoje (7/12) no Bairro Lameirão. “Nós recebemos uma denúncia de que sempre que os assistentes sociais iam a uma clínica para tratamento de dependentes químicos, eles ficavam restritos apenas aos prédios onde ficavam os homens e mulheres dependentes e não conseguiam verificar duas construções que ficavam dentro da propriedade, pois os donos sempre inventavam uma desculpa”, explicou o Delegado Franco Malini, que foi quem comandou a ação.
Ainda de acordo com Malini, ao chegarem no local foram recebidos pelo pastor, que disse que as duas construções não faziam parte da clínica. “Nós chegamos até uma das casas e vimos que estava com as janelas fechadas e a porta com uma corrente com cadeado fechado pelo lado de fora, mas vimos um vulto lá dentro e cortamos a corrente.
Ao abrirem a porta da primeira casa os policiais ficaram surpresos: vários idosos eram mantidos presos no local, sem iluminação ou acompanhamento. “Quando abrimos a porta veio aquele ar quente lá de dentro, mesmo com a chuva que estava caindo. Os idosos que estavam lá ficaram nos olhando com cara de assustados”, completou o delegado.
Na outra casa os policiais encontraram a situação semelhante. Idosos de ambos os sexos trancados em um local sem iluminação ou ventilação.
Depois de constatar o crime, o delegado deu voz de prisão para o pastor, a esposa dele e o filho. “Com base no que eu vi, dei voz de prisão aos três por cárcere privado e com base em um artigo do Estatuto do Idoso que versa sobre expor a perigo a integridade física e a saúde do idoso”, disse.
Desdobramentos
Os três administram o local e por isso foram conduzidos para a delegacia e autuados pelo delegado Sadi Jorge, que estava no plantão, por cárcere privado. Os detidos preferiram não falar com a reportagem do Portal 27.
Os idosos foram atendidos por uma equipe da Secretaria de Assistência social e levados para outro local.
O advogado José Lauro Lyra, que está representando os detidos, disse que ainda não teve acesso às acusações e não poderia comentar o caso. Ele inclusive alegou que foi impedido pela polícia a ter acesso aos seus clientes.
Já o delegado disse que isso não ocorreu e que no momento em que finalizou a ocorrência e entregou ao delegado plantonista, o advogado teve acesso aos clientes.
Portal 27
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