Verônica Matto
Durante coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira (01/02), o prefeito de Campos, Rafael Diniz, garantiu que até o final desta semana estará repassando R$ 3 milhões para os hospitais filantrópicos (Santa Casa de Misericórdia, Álvaro Alvim, Beneficência Portuguesa e Plantadores de Cana). As unidades hospitalares ameaçaram parar as atividades a partir de hoje em virtude do não pagamento por parte da prefeitura.
Os valores apresentados pelos diretores dos hospitais informam que a dívida da atual gestão gira em torno de R$ 17 milhões. No entanto, o prefeito afirma que só na gestão dele o débito com os hospitais somam R$ 9,3 milhões, e confirma a continuidade do atendimento à população. Estavam presentes na coletiva a secretária de Saúde, Fabiana Catalani, o procurador do Município, José Paes Neto, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Felipe Quintanilha.
Em entrevista a uma TV local, o procurador disse que é necessário abrir a caixa preta dos hospitais. Em resposta, o prefeito informou que tanto o governo quanto a população precisam saber onde estão sendo aplicados os recursos repassados. "São recursos públicos e precisamos saber se estes estão sendo aplicados em prestação e contratação de serviços, pagamento de funcionários. É preciso que os hospitais tenham transparência e responsabilidade com o dinheiro público", pontuou.
O prefeito revelou estar em dia com o repasse da verba federal (SUS). Ele informou, ainda, que em 2017 foram repassados R$ 160 milhões para os hospitais filantrópicos, sendo R$ 110 da verba SUS e R$ 50 milhões da complementação municipal. "Estes repasses representam 10% do orçamento total do município no ano passado. A nossa gestão sempre vem dialogando com os diretores dos hospitais e trabalhamos em conjunto de buscarmos alternativas para enfrentarmos este grande momento de dificuldades, que não é mais novidade", comentou Diniz, informando que o restante da dívida será paga quando o município receber o próximo repasse de Participação Especial (PE) dos royalties.
"Prefeito deixou de pagar 13º salário para repassar recursos aos hospitais"
A secretária de Saúde informou que em novembro de 2017 iniciou, junto com o prefeito, um diálogo com todos os diretores dos hospitais conveniados de forma individualizada. "As reuniões aconteceram dentro da secretaria e já apontávamos as nossas dificuldades diante a receita municipal. Foi quando o prefeito tomou uma decisão extremamente difícil. Ele deixou de pagar parte do 13º salário aos servidores para repassar recursos para os hospitais para pudesse garantir total atendimento à população", disse.
Catalani ressaltou que o município de Campos é referência das Regiões Norte e Noroeste Fluminense em função do grande volume de atendimento nas unidades de saúde do município. "E seria hoje, dentro da nossa realidade, humanamente impossível somente as nossas unidades darem conta deste grande volume. Fica claro que nós temos total necessidade dos nossos hospitais filantrópicos".
Ururau
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