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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

PRODUTORES DE CACHAÇA DO NF BUSCAM QUALIFICAR PRODUTO ATRAVÉS DO IG



Produtores de cachaça do Norte Fluminense (NF) se reuniram ontem (19) no Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Campos. A ideia é desenvolver em conjunto uma Indicação Geográfica (IG) para os seus produtos.
O selo da IG é uma garantia para o consumidor. Comprova que o produto é genuíno e possui qualidades particulares, ligadas à sua origem. Os produtos que desenvolvem sua IG, via de regra, conseguem uma valorização de cerca de 30 %. Assim, se tornam passíveis de proteção legal contra uso de terceiros, em termos de propriedade industrial.
Utilizado há tempos na Europa, as IGs ganharam impulso no Brasil a partir deste século. Hoje já são mais de 40, entre elas a IGs das cachaças de Paraty (RJ) e Salinas (MG), do queijo canastra de Minas e do chocolate do Sul da Bahia.
A intenção dos produtores de cachaça da região é desenvolver uma IG do seu produto, baseando-se na tradição de mais de 300 anos da produção de cana e cachaça no Norte Fluminense. Para desenvolver o registro da IG “Cachaças do Rio de Janeiro – Norte”, junto ao Instituto Nacional de Produção Industrial (INPI), os alambiques contarão com as consultorias do Sebrae e do ministério da Agricultura, que apoiou a criação da IG de da Cachaça de Paraty.
A intenção é buscar apoio também junto à Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRuRJ), e ao Instituto Federal Fluminense (IFF), além das prefeituras da região.
Estiveram presentes na reunião de ontem os produtores das cachaças Telura e Barra Velha, de Campos dos Goytacazes; Bousquet, de Bom Jesus do Itabapoana; Barão Dourado, de Santa Maria Madalena, e 7 Engenhos e Alcantilado, de Quissamã. Também participaram do encontro representantes do Sebrae, do ministério da Agricultura e da Prefeitura de Campos.
História da cachaçaNenhuma bebida alcoólica produzida no Brasil tem sua história tão entrelaçada com a do próprio país quanto a cachaça. Como a nossa colonização pelos portugueses se deu, no início do séc. XVI, com a introdução e cultivo da cana-de-açúcar, seu natural destilamento fez da cachaça um dos primeiros ítens de venda e consumo produzidos nas Américas.
Com sua produção difundida em todo o Brasil, em consequência da economia colonial voltada à exportação de açúcar, desde o começo a cachaça teve seu consumo atrelado às camadas mais baixas da população. Para atender a esta demanda, parte da produção da bebida se industrializou no séc. XX, utilizando alambiques de aço.
Mas foi nos tradicionais destiladores de cobre, como nos alambiques do Norte Fluminense, que a qualificação da produção elevou o nível da bebida nas últimas décadas. Tanto que, a partir de 2013, os EUA e vários outros países passaram a reconhecer oficialmente: apesar da existência de outros destilados de cana, como o rum, apenas o Brasil pode produzir cachaça.

Blog Opiniões –Folha 1/ Aluysio Abreu Barbosa


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