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domingo, 19 de agosto de 2018

ERROS SOBRE A FESTA DE AGOSTO

Vários erros sobre a Festa de Agosto têm sido divulgados ao longo dos anos 
A publicação dos textos de Padre Mello, que chegou em Bom Jesus do Itabapoana em 1889 e realizou pesquisas históricas, permite, contudo, corrigir as informações equivocadas.O mérito da publicação cabe a Delton de Mattos, que reuniu em um livro todas as publicações originalmente impressas no jornal "O Meu Campinho" e em "A Voz do Povo". Meritória, também, foi a atuação do advogado Sebastião Freire Rodrigues, que levou cerca de cinco anos para conseguir os recursos para a publicação da obra.
O Norte Fluminense apresenta, a seguir, perguntas e respostas que permitem esclarecer os fatos.
1. QUANDO SURGIU A FESTA DO DIVINO?
Resposta: Padre Mello afirma que as bases da Devoção do Divino Espírito Santo foram assentadas por Francisco José Borges, de 1860 a 1862, que residia em terras da Braúna, Leite e Mirindiba, juntamente com Antônio Teixeira de Siqueira, possuidor da Fazenda da Barra.
2. FOI PADRE MELLO QUEM TRANSFERIU A FESTA DO DIVINO PARA O MÊS DE AGOSTO?
Resposta: não. O próprio pároco lusitano informa que, quando aqui chegou, constatou que a festa se realizava no mês de agosto e não no domingo de Pentecostes, 50 dias após a Páscoa.
3. A REALIZAÇÃO DA FESTA DE AGOSTO, APÓS A COLHEITA DO CAFÉ, TEVE FINALIDADE ECONÔMICA?
Resposta: não. A Festa do Divino ocorria, no Arquipélago dos Açores (Portugal), por ocasião das primeiras colheitas, sendo repleta de significados, comemorando a chegada de uma era de paz, com a partilha, a caridade e a união. 
4. NA FESTA DE AGOSTO SE COMEMORA A EMANCIPAÇÃO DE BOM JESUS DO ITABAPOANA?
Não. Bom Jesus se tornou município, pela primeira vez, no dia 25 de dezembro de 1890. A segunda e definitiva emancipação ocorreu no dia 1º de janeiro de 1939. Ambas as datas acabaram sendo esquecidas em nosso município. A razão se dá, por um lado, pela derrocada da consciência histórica que se abateu sobre nosso município e sobre o país. Em segundo lugar, ocorreu pelo fato das referidas datas possuírem comemorações universais.
5. POR QUE HÁ VOZES QUE PROCLAMAM QUE CERTAS ATIVIDADES FESTIVAS, POR OCASIÃO DA FESTA DE AGOSTO, TÊM RELAÇÃO COM A NOSSA EMANCIPAÇÃO?
Resposta: há quem olhe para os lados e constate que as festas dos municípios ocorrem por ocasião de suas emancipações político-administrativas. Assim, com base na constatação da realidade dos outros municípios, e considerando o desconhecimento de nossa história, acabam proclamando que a Festa de Agosto, ou certas festividades que ali ocorrem, teriam algo a ver com nossa emancipação. 
O erro é tão evidente que nenhuma dessas vozes sabem informar as datas corretas de nossas emancipações. Não há qualquer referência, ainda, ao Governador Portela, que nos emancipou pela primeira vez, nem ao interventor Amaral Peixoto, que nos outorgou a segunda emancipacão. Além disso, não há, em qualquer desses momentos festivos da Festa de Agosto, referência a Pedro Gonçalves da Silva Jr., o primeiro prefeito por ocasião da primeira emancipação, assim como a José de Oliveira Borges, o primeiro prefeito após nossa segunda emancipação. Não bastasse isso, o prédio histórico onde está assentado o Big Hotel, que foi o Paço Municipal por ocasião das duas emancipações, é também ignorado pelas vozes equivocadas.

O Norte Fluminense/Foto: Everaldo Provalero

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