Foto/Divulgação/Barra Mansa FC
O Ministério Público do Estado do Rio De Janeiro (MP-RJ) realiza uma operação, nesta quinta-feira (27/09), para cumprir mandados de busca e apreensão contra um grupo responsável por manipulação de resultados em jogos do Barra Mansa Futebol Clube. O esquema aconteceu em partidas pela Série B1 do Campeonato Estadual do Rio, com dirigentes e ex-dirigentes do clube do interior envolvidos no crime.
A quadrilha pagava entre R$ 35 mil e até mais de R$ 150 mil por cada jogo em que o Barra Mansa fosse derrotado de acordo com o interesse de uma máfia internacional de apostas.
O presidente da equipe, Anderson Martins, o ex-gerente de futebol do time, Lincoln Vinícius da Silveira Aguiar, tramaram os resultados negativos contra o Barra Mansa em parceria com Ezequia de Oliveira, proprietário da empresa Agesport, responsável pela administração e logística da equipe. O trio foi denunciado pelo MP-RJ por oferecer aos jogadores uma vantagem financeira ilícita para aceitarem “entregar” (perder) jogos disputados.
Segundo a denúncia oferecida pelo Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (GAEDEST/MPRJ) à Justiça, a quadrilha atuava junto aos interesses da máfia. O representante ainda não foi identificado.
Atletas se recusaram a entrar no esquema
Na ação, o MPRJ relata uma reunião em que os três dirigentes prometeram pagamentos para alguns jogadores para que perdessem por 4 a 0 a partida entre as equipes do Barra Mansa e Audax, válida pela série B1, realizada no dia 25 de junho de 2017. A derrota buscava concretizar o acerto celebrado com a máfia internacional de apostas e manipulação de resultados. Os jogadores recusaram a proposta.
Em outra situação, dias antes da partida entre Barra Mansa e Carapebus, marcada para o dia 2 de julho de 2017, o pagamento oferecido foi de R$ 3 mil para aqueles que concordassem em “entregar” o jogo para atender aos interesses da quadrilha. Os atletas disseram novamente não a proposta. Diante disso, Ezequia deixou de providenciar a presença de uma ambulância no estádio, o que resultou na perda da partida por W.O., alcançando-se assim o objetivo de perda da partida conforme combinado com a máfia.
O presidente do clube, Anderson Martins, ainda é denunciado por se apropriar de R$ 342.75 mil pertencentes ao Barra Mansa, quantia essa oriunda de parcela da venda de um jogador formado nas divisões de base do clube e negociado a Inter de Milão. Mônica Rodrigues Rosa, tesoureira do clube, chancelou o ato ilícito e também é denunciada pelo crime de apropriação indébita.
Eles foram denunciados nos artigos 288 (associação criminosa) e 168, 1º, III (apropriação indébita) do Código Penal e nos artigos 41-C (solicitar vantagem para alterar resultado) e 41-D (dar vantagem a fim de alterar o resultado) do Estatuto do Torcedor, tendo ainda seus sigilos bancários quebrados a pedido da Promotoria de Investigação Penal de Barra Mansa, bem como determinado o arresto/sequestro de seus bens até o montante desviado do Barra Mansa FC.
Jornal Extra
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