Foto:Divulgação
O presidente da Alerj, André Ceciliano, deu hoje uma vigorosa demonstração de força ao receber, em reunião transmitida ao vivo pelas redes sociais, o apoio de todos os líderes partidários. A exposição pública da solidariedade dos seus pares reforça a posição do presidente no comando na Casa, e pode ser traduzida como resposta aos movimentos do governador Wilson Witzel, que tenta restabelecer as relações com o parlamento através de negociações de cargos, no varejo, diretamente com alguns deputados.
Ao abrir a reunião, Andre Ceciliano, afirmou que o governo tentou cooptar deputados, oferecendo quase todas as secretarias, na esperança de recriar sua base parlamentar. Contudo, o toma lá dá cá de Witzel não foi bem sucedido. Os deputados recusaram-se a qualquer entendimento que não passasse por uma negociação institucional entre o governador e a presidência da Alerj.
- Desde quinta-feira à noite eu tenho recebido telefonemas de jornalistas para botar lenha na fogueira. De quinta até o dia de ontem, o Governo fez um movimento de tentar nos enfraquecer aqui no Legislativo. Jogou toda a estrutura do Governo em oferecimento de todo o tipo de secretarias, só não ouvi a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e o próprio Governo. O resto ofereceu liderança, ofereceu de Secretaria de Segurança, da Polícia Civil, de Esporte, de Governo, de todo o jeito. Se nós aqui fossemos repetir o gesto do Governo, no dia de ontem nós teríamos que ter aceitado o processo de impeachment. Em nenhum momento isso passou pela minha cabeça, não é da minha índole. A gente não vai agir com fígado e a gente sabe da responsabilidade. O parlamento precisa ter essa tranquilidade",
Sem cita o autor, Ceciliano comentou ainda uma frase atribuída a Lucas Tristão, que em uma de suas últimas conversas com o ex-secretário André Moura teria dito: “deputado é como bala jujuba, pode ser comprado em toda a esquina”.
- Também de quinta pra sexta, os comentários que se faziam no Palácio, com os deputados aqui presentes, eram de que “deputado é igual jujuba, qualquer esquina você pode comprar” e “que deputado na hora da votação vai parar o carro forte na Assembleia”. Mais de um parlamentar veio comentar, inclusive jornalistas. Logo na manhã de domingo conversaram comigo sobre o tema. Então, com muita tranquilidade quero agradecer aos deputados que foram chamados e perguntaram se poderiam conversar. Nossa disposição é sempre de ajudar, não é de criar problema. Mas de quinta-feira à noite de ontem foi isso que a gente acompanhou”, completou
“O governador nunca respeitou o parlamento, temos todas as evidências para dar prosseguimento ao impeachment e afastá-lo do cargo”, disse o bolsonarista Filippe Poubel.
O pedetista Thiago Pampolha também foi duro, disse que o governo perdeu a legitimidade e chamou de “governador em exercício" Lucas Tristão, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico que é o homem-forte de Witzel.
“Tristeza ver o governador perder a capacidade de liderar. Ele abraçou Lucas Tristão e virou as costas para o parlamento e a população do Estado do Rio”, disse o jovem deputado, que está desde 2010 na Alerj.
Para Anderson Moraes, o momento é de agilizar o processo de impeachment e buscar punições aos envolvidos em fraudes nos contratos emergenciais da covid-19. “A Alerj precisa acelerar a responsabilização de todos aqueles que causaram prejuízos a tantas famílias. Quando você desvia da saúde, são vidas perdidas. E é isso que tem acontecido no meio de uma pandemia", afirmou
Jorge Felippe Neto (PSD), que já foi da base de Witzel, afirmou: “Não adianta o governador tentar cooptar deputados. O grito de independência será dado”.
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