O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES, participa da OPERAÇÃO PIÀNJÚ, deflagrada hoje (15/12) pela Polícia Civil, objetivando a desarticulação de uma estruturada organização criminosa, com atuação interestadual e internacional.
A operação foi deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos – DFRV/DEIC e do Gaeco, com apoio das Polícias Civis de São Paulo, Alagoas e Ceará e da Capitania dos Portos.
O grupo criminoso, agora desarticulado, atuava de forma estruturada com a finalidade de praticar diversos crimes, entre eles: organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos públicos e particulares, inserção de dados falsos em sistemas informatizados, falsidade ideológica, estelionato e falsa comunicação de crime.
A operação ocorreu de forma simultânea nos Estados do Espírito Santo (Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica), São Paulo (Capital, Santos e Jaguariúna), Ceará (Fortaleza) e Alagoas (Maceió), tendo sido empregados 118 agentes, entre delegados, investigadores e agentes das Polícias Civis dos Estados do Espírito Santo, São Paulo, Ceará e Alagoas, além de promotores de Justiça e agentes do Gaeco do Espírito Santo e de São Paulo.
Foram expedidos 126 mandados judiciais, sendo, 18 mandados de prisão preventiva, 5 mandados de prisão temporária, 30 mandados de busca e apreensão, 23 sequestros de embarcações, 43 ordens judiciais de bloqueio de contas bancárias e 2 ordens judiciais de suspensão de atividades econômicas.
Entre as ordens de busca e apreensão encontram-se 12 imóveis, 3 veículos de luxo (Porsche Panamera, Maserati Granturismo S e Mercedes Benz GLA200FF), 12 motos aquáticas e 11 embarcações.
Durante 2 anos de investigação, a Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos comprovou que a célula da organização criminosa investigada, que atuava no Estado do Espírito Santo, composta por dois grandes empresários capixabas, além de diversos outros membros, agia como “prestadora de serviços” de lavagem de capitais para outras organizações criminosas. Possuía, inclusive, ligação com empresas e pessoas investigadas e denunciadas no âmbito de diversas fases da OPERAÇÃO LAVA JATO, da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça Federal, entre elas, a Operação CHORUME, Operação DESCARTE, bem como empresas que já foram investigadas por atuarem com os doleiros Alberto Youssef E Nelma Kodama, todos no âmbito da Força Tarefa da Operação Lava Jato, além de uma empresa investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por desvios de mais de R$ 98.000.000,00 em ICMS. A organização criminosa sediada no Estado do Espírito Santo movimentou mais de R$ 800.000.000,00 (oitocentos milhões de reais – valor global).
Foram dados cumprimentos aos mandados de prisão expedidos dos membros responsáveis pelo esquema de lavagem de capitais, que era realizado por meio de empresas de fachada e fictícias, criadas valendo-se de identidades falsas, expedidas pelo Setor de Identificação da própria Policia Civil do Estado do Espírito Santo, onde a organização criminosa se valia da precariedade do sistema atual de emissão de identidades civis e os beneficiários da lavagem, ou seja, os “clientes”, que tinham os valores remetidos para contas de empresas na China e EUA.
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