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terça-feira, 28 de junho de 2022

TROMBOSE VENOSA PROFUNDA EM TEMPOS DE PANDEMIA: COM O QUE DEVO ME PREOCUPAR?

Uma das complicações mais divulgadas da infecção pelo vírus SARS COV-2 é a trombose venosa profunda (TVP). A TVP ficou ainda mais divulgada após suspensões temporárias da aplicação da vacina Oxford/Astrazeneca na Europa. Mas o que realmente eu preciso entender sobre a TVP relacionada com a infecção pelo coronavírus e com as vacinas?
Primeiramente, é muito importante não transformamos a informação em pânico. Os principais sintomas da TVP são o edema e a dor principalmente nos membros inferiores, sintomas comuns em inúmeras outras situações. É compreensível que o paciente relacione os seus sintomas com o que está em evidência, por exemplo, na mídia ou nas redes sociais. Por isso a importância do médico, que terá o conhecimento para interpretar a situação e chegar ao diagnóstico para lhe oferecer um tratamento adequado.
Segundo uma estimativa da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) a incidência da TVP na população geral é de 60 casos para cada 100.000 habitantes por ano. Fatores de risco comuns associados aos eventos trombóticos são o uso de anticoncepcionais orais com risco de até 0,12% e o tabagismo com risco de até 0,18% na população.
Entre os pacientes que se infectaram pelo coronavírus há o aumento do risco que pode ser de 13 a 28% segundo dados publicados pela revista científica The Lancet. Já entre os pacientes vacinados contra a Covid-19 com o imunizante da Astrazeneca foram encontrados 5 casos em 1.000.000 de vacinados no estudo publicado pela Universidade de Oxford, o que equivale em porcentagem a 0,0005%, índice muito inferior a outros fatores aos quais somos diariamente expostos.
Logo, em tempos de pandemia devemos nos preocupar não só com a infecção pelo coronavírus, mas também com todas as complicações que podem surgir após a melhora do quadro. Considerando a infecção pelo coronavírus um importante fator de risco para TVP, inclusive vários meses após a sua remissão, devemos enxergar a vacina não como um fator de risco, mas sim como uma prevenção contra a trombose venosa profunda.

Folha Vitoria/Dr. Vinicius Adami

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