Nasceu no dia 09 de março de 1961, em Bom Jesus do Itabapoana/RJ, filha de Ernandes Teixeira e Maria José Lepre Teixeira. Seus avós maternos são Vitor Lepre e Ana Nunes Lepre, enquanto os seus avós paternos são José Teixeira Costa e Ângela Escodino. São 9 os irmãos. Casada com Anselmo Moreira Bessa, possui 4 filhos: Jeanne, Jayme, Jefferson e Matheus. São 4 os netos: Isis, Pedro, João Vítor e Miguel. São 24 os sobrinhos.
Estudou na Escola Cel. Luiz Vieira (Calheiros/Bom Jesus) e no Colégio Rio Branco (4ª série/Admissão até o Curso Formação de Professores. Após, também no Rio Branco, Estudos Adicionais (área de Estudos Sociais).
Posteriormente, estudou: Pedagogia (Magistério e Supervisão Escolar), na FAFITA, Itaperuna-RJ; Pós-Graduação em Educação (Planejamento Educacional) pela UNIG; Direito (Faculdade de Direito de Campos dos Goytacazes/RJ); Pós-Graduação em Direito Processual Civil pela Universidade Federal do ES- UFES; Pós-Graduação em Direitos Humanos ligados ao Trabalho pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com a Escola Superior do Ministério Público da União; Mestrado em Direito pela Universidade Católica de Brasília/DF.
Trabalhou no Colégio Rio Branco, como Auxiliar de Secretaria e Secretária Escolar.
Depois, trabalhou no Estado do Rio de Janeiro/Secretaria de Educação, Escola Nossa Senhora da Penha (zona rural) e CIEP/Instituto Éber Figueiredo, como Professora e, em determinados períodos, como Secretária Escolar e Diretora.
Trabalhou, também, no Estado do Espírito Santo – Secretaria Estadual de Educação, Escola Dona Helena, zona rural.
Posteriormente, passou a trabalhar nos Tribunais Regionais do Trabalho da 1ª e 17ª Regiões, como Técnico Judiciário.
Em seguida, trabalhou como Procuradora do Trabalho no Ministério Público do Trabalho, ramo do Ministério Público da União, onde se aposentou no ano passado.
O jornal O Norte Fluminense fez a seguinte entrevista com Sueli.
Pode discorrer sobre seu período de trabalho no Colégio Rio Branco?
Trabalhei no Colégio entre 1976 a 1985. Costumo dizer que tive a sorte de minha entrada no mundo do trabalho ter sido no setor da Educação, tendo a oportunidade de conviver com tantos educadores/educadoras e colegas que contribuíram de forma decisiva para a minha formação profissional e como pessoa.
Foi ali que tive oportunidade de desenvolver experiências que levaram à disciplina, responsabilidade, bem como contato com o público, com escrituração escolar, atendimento a órgão de fiscalização (Inspetoria), preparação de documentação de cunho administrativo, dentre outros. Ao mesmo tempo um ambiente de trabalho saudável, convívio com colegas maravilhosos (as), em que todos e todas estávamos juntos/juntas para entregar o melhor de cada um/uma de nós. O espírito de colaboração que ali reinava fazia toda a diferença, ambiente de trabalho saudável.
Além de um período de trabalho que guardo com muito carinho, foi no Rio Branco que tive contato com Dr. Luciano, então diretor, mas acima de tudo um homem que acreditava no poder transformador da Educação e que, eu pude testemunhar, não media esforços para acolher os pedidos de inúmeros pais/mães a fim de possibilitar o acesso a uma educação de qualidade (bolsas concedidas pelo MEC não cobriam o custo anual, mas independente disso ele oportunizava o acesso ao Educandário sem custeio do remanescente). Eu mesma fui uma das alunas beneficiadas.
Como se não bastasse, outro fator que marcou muito foi a sua preocupação de registrar os fatos e acontecimentos do Educandário, dando continuidade à tradição familiar, construindo uma memória que nos é tão cara atualmente.
Com relação a mim, um outro fato que marcou minha vida profissional foi uma iniciativa que ele tomou há mais de 40 anos atrás. O então secretário escolar solicitou desligamento e, diante disso, haveria necessidade de uma pessoa habilitada para substituí-lo e na equipe não tinha. Ele tomou a iniciativa de custear o excelente curso para o exercício da função e a oportunidade foi conferida a mim.
O referido fato demonstra a visão de empreendedor, pois hoje quando ouço algum proprietário de empresa dizendo que “não encontra gente qualificada”, penso imediatamente: quem quer conferir oportunidade, qualifica.
Enfim, o período trabalhado no Rio Branco foi tão marcante na minha vida que, mesmo após ter saído, muitas pessoas se referiam a mim como “Sueli do Rio Branco” (diziam que tinha a fama de “brava”).
Foi no Colégio Rio Branco que tive a oportunidade de entender que buscar outros sonhos seria possível.
Que atividades você desenvolveu à frente da Procuradoria do Trabalho?
Inicialmente eu gostaria de relatar que integrar a carreira do Ministério Público do Trabalho, cargo de Procuradora do Trabalho, foi uma escolha, pois fui aprovada também no concurso para Magistratura do Trabalho da 12ª Região, Santa Catarina.
Exerci o cargo de Procuradora do Trabalho, de 2003 a março de 2022 (aposentadoria em 31/03/2022).Nesse período todas as atribuições estavam ligadas à defesa dos direitos humanos ligados ao trabalho, notadamente combate a qualquer forma de discriminação de trabalhadores (as), medidas para erradicação de trabalho análogo ao de escravo, enfrentamento de trabalho infantil, combate às fraudes à relação de emprego, medidas para assegurar um ambiente de trabalho saudável e seguro, propositura de ações civis relevantes, condução de investigações de ilícitos trabalhistas (cunho coletivo), emissão de pareceres em processos de interesse público, participação em audiências e sessões de tribunal, dentre outras questões. Enfim, a atuação não se resumia a atos perante o Poder Judiciário trabalhista, mas também abrangia atos e atividades extrajudiciais, ou seja, no âmbito da própria Procuradoria do Trabalho.
Sempre atuei, para além de aspectos meramente burocráticos, buscando uma articulação com outros segmentos da sociedade para implementação de projetos de inclusão de adolescentes/jovens, de pessoas com deficiência e outros públicos segregados historicamente. Enfim, projetos que pudessem conferir OPORTUNIDADES a grupos excluídos.
Além disso, participei de inúmeros eventos, ministrando palestras sobre os mais diversos temas ligados à área de atuação, por acreditar que o acesso à informação é um passo relevante para a transformação social.
Quais os seus projetos de vida?
Busca diária de tornar-me um ser humano melhor, nunca perdendo a motivação de poder contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária, pelo menos naquilo que me compete;
Viver em harmonia com meus familiares e aqueles que me cercam e defender, sempre que for possível, a importância do AMOR para a construção da paz (não armas);
Iniciar um novo ciclo profissional, agora na advocacia/consultoria, porém com mais leveza. Além disso, trabalhar para implementação de projetos ligados à diversidade, equidade e inclusão social, de modo a buscar oportunidades para pessoas que são marginalizadas e excluídas, por qualquer que for a razão.
Que mensagem daria para as novas gerações?
A educação é o maior bem que alguém pode possuir (ninguém pode tirar o conhecimento que adquirimos). Invistam nisso, educação é libertação.
Nunca incorporem discursos daqueles que desacreditam nos seus sonhos/metas. Agarre cada oportunidade e persista.
O amor e o respeito devem ser o norte de nossas ações/relações. Destaco, ainda, gratidão e respeito pelos que nos antecederam, pois são o nosso ponto de partida, ainda que haja discordância e tenhamos a vontade de fazer melhor.
Cada pessoa, em qualquer profissão ou espaço em que atue, pode contribuir para a construção de um mundo melhor, uma sociedade mais justa e uma vida mais digna para todos e todas as pessoas. Não podemos fazer grandes mudanças, mas elas começam com as pequenas que fazemos nos espaços que nos cercam e com o nosso próprio exemplo.
13/10/2022
Bertold Brecht disse, certa vez, que "há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam toda a vida e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis". Sueli é uma mulher imprescindível!
O Norte Fluminense
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