8 ilhas de Guarapari entraram para a lista das proibições nesta quinta-feira (8), após determinação do governo do estado. Em Vila Velha, na Grande Vitória, outras 5 ilhas já estavam proibidas de receberem visitantes
O governo do Espírito Santo proibiu, por tempo indeterminado, que turistas tenham acesso a oito ilhas que ficam localizadas em Setiba, Guarapari, na Região Metropolitana de Vitória. Com essa determinação, sobe para 13 o número de ilhas turísticas com acesso proibido de visitantes devido à gripe aviária no estado.
Nesta semana, a Prefeitura de Vila Velha, na Grande Vitória, já havia proibido visitas a cinco ilhas que ficam na orla de Itapuã por pelo menos seis meses, após o registro de casos de aves contaminadas na região.
Em Guarapari, são oito ilhas com proibições. Elas ficam no Arquipélago das Três Ilhas, que na verdade possui cinco ilhas (Quitongo, Cambaião, Guanchumbas, Leste-Oeste e Guararema), e na Área de Proteção Ambiental (APA), que é composto por outras três ilhas: Francisco Vaz, Toaninha e Alacaeira. Todas elas, portanto, estão proibidas de receberam turistas.
A portaria, assinada pelo secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni (União), visa o enfrentamento do avanço da gripe aviária (H5N1) em território capixaba.
Cinco ilhas turísticas de Vila velha também possuem restrições
Na terça-feira (6), a Prefeitura de Vila Velha, na Grande Vitória, proibiu o acesso de turistas a cinco ilhas na costa da cidade por 180 dias, após dois casos de gripe aviária (vírus H5N1) serem confirmados no município.
O bloqueio segue uma determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para evitar que pessoas tenham contato com aves contaminadas com a doença.
Segundo a prefeitura, as ilhas com visitas proibidas são:
Ilha dos Pacotes
Ilha da Pedra do Sapo
Ilha Pituã
Ilha Itatiaia
Ilha das Graças
As ilhas ficam na costa da Praia de Itapuã. Duas delas - ilhas Pituã e Itatiaia - são turísticas e muito visitadas até por moradores que conhecem a região por conta das águas claras e a beleza natural. No local, não há construções, apenas algumas prainhas de águas claras.
As visitas a esses locais acontecem diariamente e são feitas com pescadores da região, que usam os barcos para levar as pessoas até esses locais. Para entrar na ilha não é preciso pagar, mas os pescadores cobram um valor por pessoa. O trajeto dura poucos minutos, mas quem tem disposição consegue ir nadando: da orla até a Ilha Pituã são cerca de 300 metros de distância.
Com vegetação exuberante, areia de conchas e uma vista panorâmica para a orla de Vila Velha, a ilha tem status de praia particular.
Um pouco mais distante ficam as ilhas Itatiaia. De cima dá para se ter uma ideia melhor: são seis ilhotas que ficam em volta da ilha maior, conhecida também por Boqueirão, onde é possível desembarcar e apreciar o visual.
As outras três ilhas são usadas para avistamento de aves. Nessas ilhas é comum avistar alguns tipos de aves migratórias, que usam as pedras para se reproduzirem. Praticantes de canoa havaiana também passam em volta das ilhas durante a atividade física no mar.
A prefeitura também orientou os munícipes a não tocar ou recolher aves com sinais suspeitos, doentes ou mortas. Mas como identificar uma ave possivelmente doente de gripe aviária?
Sinais mais comuns em aves com gripe aviária:
Andar cambaleante
Ave caída e/ou debilitada
Convulsões
Descoordenação motora
Dificuldades respiratórias
Espirros, tosses e falta de ar
Inchaço nos olhos
Tremor
Ao avistar uma ave com os sinais informados, a população pode ligar para o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP), no número 0800 039 5005, ou para o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), nos telefones (27) 3139-9623 e (27) 99909-5825.
Casos confirmados no país
Até o fim da tarde desta segunda-feira (05) 24 casos de gripe aviária do subtipo H5N1 tinham sido confirmados no Brasil, sendo 15 no território capixaba, de acordo com as últimas atualizações do Ministério da Agricultura.
No Espírito Santo, foram confirmados mais dois focos nesta segunda. Os casos aconteceram no município de Vila Velha, sendo uma ave trinta-réis de bando (Thalasseus acuflavidus) e 1 gaivota-de-cabeça-cinza (Chroicocephalus cirrocephalus).
Foi a partir dessas duas confirmações que a cidade proibiu as visitas a ilhas turísticas.
Vale ressaltar que todos os casos de gripe aviária no Brasil envolvem espécies de aves silvestres, ou seja, que vivem livre na natureza. No país, não há focos de gripe aviária em aves de granja, ou seja, voltadas para a alimentação. Não há registros de contaminação da doença a partir do consumo de frango ou ovos devidamente preparados, afirma a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Cidades com focos de H5N1 no Espírito Santo até segunda-feira (05)
Cariacica: 1 foco de Atobá-pardo;
Marataízes: 2 focos de Trinta-réis-de-bando; 1 de Trinta-réis-real; e 1 de Biguá;
Vitória: 2 focos de Trinta-réis-de-bando;
Nova Venécia: 1 foco de Trinta-réis-real;
Itapemirim: 1 foco de Trinta-réis-de-bando;
Linhares: 1 foco de Trinta-réis-de-bando;
Serra: 1 foco de Corujinha-do-mato;
Piúma: 1 foco de Trinta-réis-boreal;
Guarapari: 1 foco de Trinta-réis de bando;
Vila Velha: 1 foco de Gaivota-de-cabeça-cinza; 1 foco de trinta-réis de bando.
O Espírito Santo foi o primeiro estado do país a confirmar casos de HN51 neste ano. Desde o dia 15 de maio, quando duas aves migratórias silvestres testaram positivo para a gripe aviária, dezenas de outros pássaros também contraíram a doença. Muitas precisaram ser sacrificadas para evitar a propagação da doença.
As aves são espécies de pássaros migratórios e marinhos. Eles ocorrem em todo o litoral brasileiro. Muitas delas usam o litoral capixaba para se reproduzirem.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o risco de contaminação entre humanos é baixo, mas as ações de prevenção são importantes porque a circulação contínua da doença tem o potencial de gerar mutações no vírus, tornando-o mais contagioso.
As infecções podem acontecer por meio do contato com aves contaminadas, vivas ou mortas. Por isso, não é recomendado tocar e nem recolher aves doentes.
Por g1 ES
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