Menos raro do que nota de R$ 200, o animal tem sido visto com frequência na região nos últimos cinco meses. Biólogo diz que o bicho não oferece risco de ataque a humanos
Moradores da comunidade de Feliz Lembrança, em Alegre, no Sul do Espírito Santo, flagraram um lobo-guará passeando pela região na tarde desta sexta-feira (9). Um biólogo ouvido pelo g1 esclarece que animal não oferece riscos de ataques a humanos.
Quem fez o registro do animal foi Ricardo Pires, morador da comunidade. Ele disse que o animal tem sido visto com mais frequência na região nos últimos cinco meses. "Ele geralmente é muito manso, não avança", disse.
O biólogo Helimar Rabello afirmou que o lobo-guará é um animal típico do Cerrado, mas um movimento de expansão do território desses animais tem sido visto há uma década.
"Como a divisa da Mata Atlântica com o cerrado foi desmatada, eles estão vindo para a nossa região, principalmente pela divisa com Minas Gerais", ressaltou.
Segundo o biólogo, na Região Sul do Espírito Santo exemplares de lobos-guarás já foram vistos em Presidente Kennedy, Itapemirim, Alegre e Atílio Vivácqua.
"É um lobo que come roedores, pequenas aves, pequenos répteis, lagartos, galinheiros, mas não ataca humanos. Não oferece nenhum risco", destacou.
Lobo é menos raro do que nota de R$ 200
Essa é a segunda vez que um lobo-guará foi flagrado em vídeo na comunidade de Feliz Lembrança. O bicho tem dado as caras com frequência na região e tem sido mais visto do que nota de R$ 200 (que tem o lobo-guará como animal estampado).
A última "aparição" do animal aconteceu em 17 de abril. Na época, quem fez o vídeo foi o morador Paulo Sérgio Azevedo.
A espécie está classificada como vulnerável no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), ou seja, requer atenção para não entrar na lista de animais em extinção.
O biólogo e mestre em Ciência Florestal Edson Valpassos disse que o lobo-guará é muito perseguido pelo porte e pelo nome 'lobo', porque as pessoas associam que podem atacar a criação.
"Na verdade, esses animais se alimentam de pequenos anfíbios, repteis, e fruta-de-lobo, que é típica do cerrado, além de outras frutas, e até insetos. Não quer dizer que vendo um animal pequeno ele não possa atacar, mas essa não é a fonte principal de alimentação dele", explicou.
Por Vitor Ferri, g1 ES
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