Paulo Sérgio Cyrillo, 37 anos de idade, engenheiro de telecomunicações, solteiro; apaixonado por música, números e por tecnologia. Trata-se do prefeito de Bom Jesus do Itabapoana, com 35.173 habitantes, 596.659 quilômetros quadrados de extensão territorial, ao noroeste do Estado do Rio de Janeiro.
Reeleito no último dia seis com 15.945 votos válidos (71,09%), mais que o dobro da soma das votações dos concorrentes Savio Saboia da Fonseca (Savinho), do Cidadania, e Branca Mota (União Brasil), Cyrillo foi o mais votado em todas as 93 urnas. “Vários fatores foram fundamentais; ressalto a contribuição de cada um que participou da nossa campanha”.
Dos 13 vereadores que formam a Câmara, o prefeito elegeu 11; mas entende que não terá dificuldade com os dois da oposição: “Só haverá oposição se for da vontade do vereador; ainda que haja, podemos divergir nas ideias, mas não pode faltar o respeito”. No entanto, ele não comenta se opinará sobre a mesa executiva do Legislativo.
Cyrillo diz que terá enorme prazer em considerar propostas dos adversários, pontuando que o interesse público deve prevalecer. Inspirado no filósofo e escritor francês Blaise Pascal, o prefeito sugere: ‘Ninguém é tão sábio que não tenha algo pra aprender e nem tão tolo que não tenha algo pra ensinar’. Para adiantar: “Corrigir pequenos erros e fazer grandes planejamentos será a nossa prioridade”.
O DIA - As pesquisas já apontavam a sua vitória; mas o senhor esperava que o resultado fosse tão expressivo?
CYRILLO - Fizemos um trabalho com muita dedicação e afinco durante os quase quatro anos de gestão. Sempre me mantive muito próximo à população, buscando entender de perto como deveria ser a atuação do poder público. Tamanha expressividade na votação muito nos emocionou, mostrando um reconhecimento enorme por parte dos cidadãos bonjesuenses.
Qual foi a votação exata do prefeito?
“Foram 15.945 votos; 71,09% dos votos válidos. Vencemos em todas as zonas eleitorais. Foi um resultado histórico no nosso município”.
Então. O senhor teve quase 16 mil votos, mais que o dobro da soma dos obtidos pelos dois outros concorrentes (6.484); venceu em todas as 93 urnas. A que atribui essa expressividade?
“Há mais de um fator a ser considerado. A administração como um todo; a minha forma de governar interagindo com a população – sou um prefeito presente; a coligação ‘Pra Frente Bom Jesus’, composta pelo PL (meu partido), PP e Republicanos; o grupo de candidatos à Câmara; o potencial eleitoral do meu companheiro de chapa, Sávio Almeida; enfim a contribuição de cada um que participou da nossa campanha. A todos e à população dedico a reeleição”.
A pandemia dificultou administrações públicas, principalmente as municipais. Quais propostas deste mandato estão ficando para o próximo?
“A pandemia foi um dos piores momentos de nossas vidas. Propostas que demandassem uma preparação adequada no PPA (Plano Plurianual), por exemplo, foram prejudicadas, já que não haveria tempo hábil para planejamento. Porém, naquele momento, nosso foco maior se deu em torno da recuperação financeira do município, o que conseguimos executar, ainda que o momento fosse complicado e delicado”.
A sua campanha foi fortalecida por alianças; a coligação tem três partidos. Os aliados serão ouvidos e terão participação na formação do seu futuro secretariado? Qual será o espaço de cada um deles no governo?
“Com certeza. Ninguém faz política sozinho. Não basta ouvirmos apenas durante a campanha. É necessário que haja participação de aliados políticos, que também lutam por ideais semelhantes aos nossos, no processo de planejamento do governo”.
Qual a formação da bancada do governo para a próxima Câmara e como o senhor pretende se relacionar com a oposição?
“Das 13 cadeiras, nós elegemos 11. Acontece que o processo eleitoral se findou. Só haverá oposição se for da vontade do vereador, pois o governo estará pronto para ouvir a todos. Ainda que haja, mantenho o pensamento: podemos divergir nas ideias, mas não pode faltar o respeito”.
O prefeito já expressou que a disputa foi até seis de outubro. Alguma possibilidade aproveitar propostas de adversários, que o senhor considerar de interesse público?
“Claro que sim. A regra da vida é essa. ‘Ninguém é tão sábio que não tenha algo pra aprender e nem tão tolo que não tenha algo pra ensinar’. O interesse público deve prevalecer. Acredito que adversários políticos possam ter boas propostas e, se for o caso, teremos enorme prazer em considerá-las. A prioridade é sempre a mesma: o povo”!
Falando em prioridade; quais são as definidas para seus primeiros dias de governo?
“Corrigir pequenos erros e fazer grandes planejamentos. Assumimos desafios de gestão que precisam ser planejados logo no começo”.
O senhor encerra esta gestão rompido com o vice – e não é exceção, em nível nacional. Faltou diálogo?
“O cargo de vice-prefeito é muito importante. É ele que substitui o titular em sua ausência. O atual vice é uma pessoa que eu admiro. Nunca houve falta de respeito entre nós. Inclusive o futuro vice já está comprometido em participar ativamente da gestão. O diálogo é fundamental para o constante alinhamento de planos e objetivos”.
Qual o aprendizado para que não haja risco de voltar a acontecer rompimento semelhante?
“Minimizar riscos é fundamental, mas eliminá-los por completo é impossível. Acredito que governar unidos, com participação física (in loco) de ambos, no dia a dia, é fundamental para manter essa união”.
A dificuldade que municípios ligados à Bacia de Campos teriam, sem recursos provenientes da produção de petróleo e gás natural, é evidente. Alguma alternativa para Bom Jesus reduzir essa dependência?
“A dependência dos municípios do noroeste fluminense é um pouco menor que as do norte fluminense, já que o percentual de recebimento deles é muito maior. Trabalhar um aumento de receita própria é fundamental para nós, municípios carentes, que somos tão dependentes de recursos externos”.
Como o prefeito avalia saúde, educação, qualidade de vida e infraestrutura do município?
“Melhoraram significativamente se comparados ao passado; mas ainda há muito a fazer. Inclusive na área da saúde, já somos referência no noroeste fluminense e em parte do norte”.
Quem é Paulo Sérgio Cyrillo? Idade, família, grau de instrução, religião. O que gosta de fazer, quando não está no exercício do cargo?
“Engenheiro de Telecomunicações, 37 anos, filho do ex-prefeito Paulo Sergio do Canto Cyrillo (in memorian) e de Alba Livia Travassos do Carmo. Católico. Solteiro. Saiu de Bom Jesus aos 14 anos de idade para estudar na escola federal COLUNI (UFV), em Viçosa. Depois, aos 18 anos, mudou-se para Niterói, onde se formou no curso de engenharia de telecomunicações, pela UFF. Ainda no Rio de Janeiro, teve sua atuação profissional voltada à área de programação de computadores e dispositivos móveis. Retornou para Bom Jesus do Itabapoana em 2012. Apaixonado por música, números e por tecnologia. Adora desenvolver sistemas, operar no mercado financeiro… Cantar, nas horas vagas, tem sido sua principal brincadeira”.
O Dia
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