As eleições municipais mal terminaram e os embates na capital entre o prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Robrigo Bacellar, já sinalizam uma disputa velada pela cadeira do governador Cláudio Castro (PL) em 2026, embora ambos neguem até o momento. Em entrevista ao jornal O Globo, Paes declarou que Bacellar e outras lideranças da Alerj praticariam “extorsões” contra Castro. As declarações foram rebatidas pelo deputado na sessão desta quinta, quando Bacellar chamou Paes de “vagabundo”.
Na entrevista ao O Globo, Paes teria sugerido que o parlamento estaria interferindo no governo de Castro com “ameaças” e “extorsões”. “Ele (Cláudio Castro) precisa dar um basta nessa interferência da Alerj, ou de personagens da Alerj, no governo dele. Precisa governar. Eu acho que dá para ele governar com uma parte da oposição, para não se juntar a ameaças, extorsões, seja lá o que ele sofre que gera essa relação dele de tanto temor. Ele é governador pelos próximos 2 anos, e não podemos deixar o estado ser destruído”, declarou Paes.
Já nesta quinta-feira, Bacellar rebateu: “Gostaria de falar publicamente aqui para os deputados e olhando para a câmera e para o prefeito desta cidade: quando quiser falar mal de Rodrigo Bacellar, venha na minha frente e fale. Não fujo de ninguém, não sou tuiteiro, não sou menina de recado, muito menos blogger de jornal. Quando quiser falar de Rodrigo Bacellar, cite o meu nome e me acuse daquilo que o senhor acha que lhe convém. Mas respeite o Parlamento do Estado do Rio de Janeiro, porque aqui ninguém faz extorsão, muito menos ameaça”.
O presidente da Alerj chegou a chamar o prefeito do Rio de “vagabundo”. “É muito grave um prefeito que pensa em ser governador, um vagabundo chamado Eduardo Paes, vir falar que o Parlamento faz extorsão. Ocorre que o Parlamento na minha presidência não é puxadinho de prefeitura igual é a Câmara de Vereadores”, disse ao acrescentar: “Respeito muito o Carlo Caiado, presidente (da Câmara), o irmão (Cláudio Caiado), que é deputado muito meu amigo aqui, mas não confunda o teu presidente da Câmara, que é subserviente à Vossa Excelência, com a minha pessoa, que não é subserviente a ninguém”.
Bacellar também afastou rumores de que poderia se candidatar ao Governo do Estado em 2026 e admitiu que uma eventual indicação para ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) está em seus planos: “Eu não sou candidato a governador. Todo mundo sabe disso aqui. Eu nunca falei isso para vocês. Carinhosamente eu sempre pedi a todos vocês: se tiver uma vaga de conselheiro (do Tribunal de Contas do Estado) eu gostaria de disputar. Gostaria muito de ter o apoio de vocês”.
Em tréplica, Eduardo Paes respondeu Bacellar nas redes sociais. “É isso mesmo: essa gente lá e eu cá! A ‘cosa nostra’ vai se agitar! Eles sabem a que me refiro! Enfrente-os, governador! O Rio agradece!”, postou.
Folha 1
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