Locutor passou por diversas rádios do país e foi até goleiro do Vitória (ES)
Morreu neste domingo (21), aos 82 anos, o locutor esportivo Cezar Rizzo. Ele lutava contra um câncer no estômago, diagnosticado há poucas semanas, e faleceu em casa, na cidade de Niterói, vítima de falência de múltiplos órgãos. Rizzo estava afastado nos microfones há 16 anos, mas sempre foi um nome lembrado pelos amantes do rádio pelo seu bordão: "Sacudindo o futebol do Brasil". O sepultamento do locutor aconteceu nesta segunda-feira.
Capixaba de Vitória, Cezar Rizzo nasceu em 1935. Começou sua carreira de locutor em 1959, na Rádio Capixaba. Passou ainda por Minas Gerais e chegou ao Rio de Janeiro em 1970, para trabalhar na Rádio Tupi. Ficou quatro anos na emissora da Rua do Livramento, saindo para Rio Grande do Norte, Bahia e São Paulo, voltando depois para o Rio pelas rádios Vera Cruz, América e Globo, onde deu o grande salto de sua carreira. Na Glória, ficou entre 1977 e 1984, tendo coberturas destacadas como Copa do Mundo e Olimpíadas.
Ainda nos anos 80, passou pela Rádio Jornal do Brasil, onde narrou jogos ao lado de nomes consagrados como João Saldanha e Loureiro Neto. Em seguida, foi titular da Rádio Nacional entre 1986 e 1990, tendo participado da cobertura das Copas do Mundo do México e da Itália. Neste meio tempo, porém, Cezar fez história: foi o primeiro locutor esportivo a realizar transmissões esportivas pelas ondas do FM, na Rádio Tropical, da Região dos Lagos, em 1988. A prática passou a se tornar comum entre as outras emissoras apenas duas décadas depois.
Sempre no Rio, Cezar passou ainda pelas rádios Capital, Tamoio, Brasil e Manchete, até sua aposentadoria, em 2002. Também narrou outras modalidades, sobretudo o automobilismo, ficando marcado como a voz da Fórmula 1 nas transmissões da Rádio Globo entre os anos 70 e 80. Antes dos jogos deste domingo do Campeonato Carioca, foi respeitado um minuto de silêncio.
Locutor também já foi jogador
Amante do futebol e flamenguista de coração, Cezar Rizzo sempre teve uma relação muito próxima com o futebol. Ele foi goleiro do Vitória Futebol Clube, de sua cidade natal, no Espírito Santo. Dividiu-se entre a bola e o jornalismo até passar a adotar o microfone como seu amigo inseparável, o que só aconteceu quando ele completou 24 anos de idade.
Em 2009, através de seu blog, Rizzo contou uma história curiosa. Em 1955, esteve na inauguração do Estádio Ernesto Fonseca, em São José do Calçado, interior capixaba. Naquele dia, o Vitória enfrentaria o Motorista, time local, que contava com um reforço de peso: o eterno Ademir Menezes, artilheiro da Copa do Mundo de 1950 e, até então, maior goleador do Vasco da Gama.
Cezar contava que o Vitória vencia por 2 a 0, quando o árbitro do jogo deu um pênalti para o Motorista. Ademir, a atração máxima do jogo, bateu o penal, mas executou mal a cobrança e o então jovem goleiro azulino fez a defesa. Na carreira, Cezar ainda fez parte do time campeão capixaba de 1956 e do Torneio Início de 1958. Apenas depois disto é que largou a bola e dedicou-se exclusivamente à carreira de locutor.
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