Arquivo pessoal.
A alegria da descoberta da gestação após um longo período tentando engravidar veio acompanhada de uma grande aflição.
Aos 25 anos de idade e três deles tentando engravidar, a dona de casa Michely Franco Alves Mendonça, de Guarapari, descobriu uma malformação rara no útero que afeta somente 10 de cada 20 mil mulheres em todo o mundo.
Michely possui útero didelfo - ou dois úteros - e se surpreendeu com a falta de informações sobre o tratamento adequado para uma gestação sadia diante da anomalia. A alegria da descoberta da gravidez após um longo período tentando ter um filho veio acompanhada de uma grande aflição para a dona de casa.
Durante uma das primeiras ultrassonografias a que precisou se submeter no início da gestação, ainda aos dois meses, veio a notícia da anomalia que afeta pouquíssimas mulheres e que poderia comprometer a gravidez.
Michely buscou imediatamente esclarecimento sobre os riscos e precauções da malformação durante a gestação, mas a única coisa que encontrou foi uma porção de informações divergentes.
"Eu estava tentando engravidar há três anos. Durante esse tempo, cheguei a ser diagnosticada com ovário policístico. Só agora, grávida e com dois meses de gestação, os médicos descobriram que eu tinha dois úteros por meio de uma ultrassom. Agora, estou correndo atrás para entender o que eu tenho e proteger o meu filho", relatou Michely.
E a descoberta de dois úteros não foi uma surpresa só para a futura mamãe. Em oito anos de profissão, o médico ginecologista e obstetra Jorge Hernandez Ramos também ficou admirado diante da ultrassonografia de Michely.
"É um diagnóstico pouco frequente, o que torna o caso dela raro. Atualmente, a ultrassom permite que a malformação seja visualizada, mas é preciso realizar exames complementares para ter a confirmação", informou Hernandes.
Por isso, Michely precisará ter o bebê para depois ser submetida às possíveis análises. Tratam-se de ultrassonografia tridimensional, ressonância nuclear magnética ou laparoscopia, que consiste em um procedimento cirúrgico.
Segundo a médica ginecologista e obstetra Ive Franca, o útero didelfo torna a gestação de Michely de alto risco, o que significa que ela deve ser assistida somente por um médico obstetra especializado em gravidez desse tipo.
"A razão de ser de risco é que, embora sejam dois úteros, eles são de tamanhos menores, o que pode adiantar o tempo de gestação e causar o nascimento prematuro do bebê", explicou.
A Gazeta
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