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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

OS 126 ANOS DA 1ª EMANCIPAÇÃO DE BOM JESUS DO ITABAPOANA

No dia 25 de dezembro próximo, serão comemorados os 126 anos de nossa 1ª Emancipação, assim como o 70º aniversário de O Norte Fluminense. No dia 1º de janeiro, ocorrerá os 77 anos de nossa 2ª Emancipação. 

A 1ª EMANCIPAÇÃO
Corriam as primeiras horas daquele caloroso dia de quinta-feira, 25 de dezembro de 1890, quando, o prédio onde hoje está localizado o Big Hotel, se encontrava preparado para a concorrida instalação da sede do município de Itabapoana, onde para ali acorreram as grandes lideranças locais, entre as quais José Ignácio da Silveira, que viria a ser o avô dos governadores Roberto e Badger Silveira.
Nossa emancipação ocorreu graças à atuação do médico dr. Leônidas Peixoto Abreu Lima, que era amigo de Francisco Portela, governador do estado do Rio de Janeiro após a implantação da República.
Foi o dr. Abreu Lima, também, quem influenciou na nomeação do nosso primeiro prefeito: Pedro Gonçalves da Silva Jr., o Cel. Pedroca, que para aqui havia se mudado, oriundo de Campos dos Goytacazes. Com ele, foram nomeados os seguintes intendentes (vereadores): Capitão Francisco Teixeira de Siqueira Sobrinho, Manoel Antonio de Azevedo Mattos, Luiz Vieira de Rezende e Joaquim Teixeira de Siqueira Reis. Foi nomeado secretário José Cândido Fragoso.
A 2ª EMANCIPAÇÃO
Após a perda de nossa autonomia, no dia 8 de maio de 1892, por ato do governador Tomás Porciúncula, a rebeldia bonjesuense permaneceu na luta pela reconquista da mesma, o que aconteceu apenas no belo dia de domingo, dia 1º de janeiro de 1939, graças a ato do interventor Ernâni do Amaral Peixoto. Na ocasião, José de Oliveira Borges, o Zezé Borges, foi nomeado prefeito. A sede da prefeitura foi instalada também no prédio onde se situa atualmente o Big Hotel, e ficou lotada para o acontecimento histórico.
ANIVERSÁRIO DE O NORTE FLUMINENSE
Na quarta-feira do dia 25 de dezembro de 1946, Esio Bastos, juntamente com o Cel. Lao Monteiro, que foi seu gerente, e com o apoio de Delton de Mattos, Jorge Pereira Pinto e Cezar Felício, entre outros, fundou O Norte Fluminense. Delton de Mattos narra que "para lançar um dos primeiros números, lá estávamos nós, Esio e eu, pessoalmente, numa madrugada fria e inesquecível, enfiando debaixo da porta das casas a nova opção jornalística bonjesuense".
Durante aproximadamente 57 anos ininterruptos, Esio Bastos dirigiu O Norte Fluminense com denodo e idealismo, até o seu falecimento ocorrido no dia 24 de agosto de 2003, ocasião em que seu irmão, Luciano Augusto Bastos, assumiu a direção até o dia 2 de fevereiro de 2011, dia do seu passamento. A partir de então, assumiu a frente do jornal o filho deste, Gino Martins Borges Bastos, que, juntamente com João Batista Assad Tavares, diretor comercial, que atua no jornal desde os seus primórdios, têm procurado manter a tradição jornalística familiar e do município.
O HISTÓRICO DA IMPRENSA EM BOM JESUS
Nossa tradição jornalística é centenária. O primeiro jornal, "Itabapoana", foi editado por Sylvio Fontoura no dia 1º/08/1906, tendo como secretário Pedro Gonçalves da Silva Jr., e Francisco Teixeira de Oliveira, como gerente. O nome do jornal aludia à nossa primeira emancipação, que fora perdida em 8 de maio de 1892. Desde então, várias publicações de realce se despontaram em nosso rincão. No dia 15/7/1911, Menezes Wanderley lançou "Itabapoana", em sua segunda fase, tendo como diretor-gerente Lauro Wanderley. No dia 15/11/1916, o dr. Jeronymo Tavares passou a publicar o "Correio Popular", tendo como secretário Pedro Gonçalves da Silva Jr., diretor o Cel. Francisco Teixeira de Oliveira, e gerente Pompeu Tostes. A terceira fase de "Itabapoana" ocorreu a partir de 12/05/1918, com Renato Wanderley. "Nossa Terra" foi editado em 21/12/1924 por Antonio da Costa Freitas.
"A Cidade" surgiu em 1º/01/1925, sob a direção de José Ferreira Rabelo, tendo como diretor gerente Pedro Flores. O jornal "A Paróquia" é lançado no dia 23/05/1925 por Padre Mello. "O Liberal" é editado em 1926 por Antonio da Costa Freitas, tendo como redatores Octacílio Ramalho e Cesar Ferolla. 
"O Norte", por sua vez, passa a circular no dia 19/03/1928, através de Padre Mello, tendo como secretário o dr. Oliveiro Cunha. "Bom Jesus Jornal", de 29/03/1928, foi fundado por José Tarouqella de Almeida, tendo como gerente Preserpino Filho e os seguintes redatores: Renato Wanderley, Willes Cunha e Osório Carneiro. Na data de 06/09/1930, Osório Carneiro e José Tarouquella de Almeida lançam "A Voz do Povo", em sua primeira fase. No dia 30/01/1932, Osório Carneiro lança "O Momento", tendo como Padre Mello como diretor interino. Osório Carneiro restabelece, então, " A Voz do Povo" no dia 05/08/1933, que, em sua segunda fase vigora até os dias de hoje. "O Boletim", órgão da Prefeitura Municipal, foi editado a partir do dia 3/10/1939, enquanto o famoso "Meu Campinho" foi publicado por Padre Mello em 1940, numa referência ao primeiro nome de Bom Jesus: Campo Alegre.
Nosso município viveu, em sua trajetória, dois momentos de muita prosperidade: as épocas áureas do café e da cana-de-açúcar. Os sinais desta opulência podem ser verificados nos prédios e também no legado na área cultural e jornalística. Grandes escritores se destacaram, entre os quais podemos mencionar, entre muitos, Padre Mello, Octacílio de Aquino, Romeu Couto, Delton de Mattos, Athos Fernandes, Ayrthon Borges Seródio e Elcio Xavier, cuja obra "O Véu da Manhã" foi reconhecida pela Academia Brasileira de Letras.
O legado desta riqueza cultural do município e região pode ser observada, ainda, pela força dos atuais articulistas que escrevem em nosso jornal, que possuem o reconhecimento da crítica literária nacional.
O Norte Fluminense constitui um exemplo de que um pequeno município como o nosso é capaz de ser insubmisso às forças culturais alienantes que tentam se impor no mundo, e, em contrapartida, ser agente da história e produtor de uma cultura que - ousamos dizer - é de melhor qualificação da que veiculada por muitos grandes veículos de comunicação.
Já disse um leitor: "quem lê jornal sabe mais, quem lê O Norte Fluminense sabe muito mais". 
É com o sentimento de crença na capacidade do interiorano em construir caminhos próprios para si e para o mundo, que levamos adiante nossa missão consubstanciada na luta pela continuidade dos ideais dos que nos antecederam na lida jornalística secular do município, assim como dos irmãos Esio e Luciano Augusto Bastos.

O NORTE FLUMINENSE

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