Páginas

sábado, 31 de dezembro de 2016

CINEASTA BONJESUENSE AFRANIO VITAL DIZ QUE "FOI NO CINE MONTE LÍBANO QUE APRENDEU A AMAR O CINEMA E A SONHAR EM SE TORNAR DIRETOR DE FILMES"

O cineasta bom-jesuense Afranio Vital, entrou me contato com o Blog do Jailton da Penha para expressar sua torcida para que o antigo Cine Monte Líbano seja transformado num Centro Cultural.
Veja abaixo sua mensagem ao Blog e sua biografia:
"Vamos torcer para que seja transformado em um centro cultural. Nesse cinema nos anos 50 foi onde ví meus primeiros filmes junto de minha mãe. Aí foi que aprendi a amar o cinema e a sonhar em me tornar diretor de filmes." 
Afranio Vital - Cineasta
Biografia Entrevista - Afrânio Vital
Um diretor negro de cinema brasileiro. Quem busca na memória e só encontra a lembrança das poucas tentativas de atores consagrados (Zózimo Bulbul, Antônio Pitanga) na direção de curtas e documentários, precisa conhecer melhor a incrível biografia do lendário cineasta Afrânio Vital, realizador de três longas-metragens e inúmeros curtas.
Afrânio trabalhou também como assistente de profissionais do quilate de Carlos Hugo Christensen e W. H. Khouri – cuja obra virou tema de um livro escrito a conta-gotas, ainda por ser publicado. Mas hoje, aos 57 anos, diz querer esquecer o cinema.
A vida de Afrânio Vital por si só, já daria um filme: migrante do interior, criado na favela do Esqueleto, marcado pela tragédia, encontrou na arte e no estudo sua chance de sonhar um futuro melhor. Um dia bateu na porta da casa de Christensen e conversaram sobre cinema e literatura. Conseguiu uma chance para trabalhar na técnica do clássico “Anjos e Demônios”, e daí para diretor premiado, amigo de Khouri e Rubem Biáfora, foi questão de tempo.
Além de cineasta, Afrânio cursou duas universidades, tornando-se professor de filosofia e bacharel em Comunicação Social. Com toda essa bagagem, expõe aqui um pensamento crítico sobre o cinema brasileiro e dá sua opinião sobre por que seu último filme, “Estranho Jogo do Sexo”, de 1984, foi também o último longa de ficção dirigido por um negro no país (N.A. - até Set. 2005, ver adendos nos comments) .
Reapresento aos leitores, portanto, os filmes e o talento de Afrânio Vital. Um homem obstinado e vencedor, que precisa ser novamente descoberto e servir de exemplo às novas gerações de cineastas, atores, técnicos e críticos que surgem no país.
AFRÂNIO VITAL – Eu nasci em 28 de dezembro de 1948, em Bom Jesus do Itabapoana, norte do estado do Rio, de família rural muito pobre. Pai branco, mãe negra que teve nove filhos, sendo dois negros, eu e meu irmão que faleceu de alcoolismo aos 37 anos. Nós comemos o pão que o diabo amassou e me lembro de muita coisa sofrida até os meus dez anos. Brigas de família, o suicídio da minha irmã, que tomou formicida com guaraná em 1958, aos 25 anos, e foi enterrada vestida de noiva. Depois, a separação dos meus pais e a vinda para o Rio, onde fomos morar na favela do Esqueleto, em frente ao Maracanã. E também a morte de meu pai, que havia vindo ao Rio para tentar reatar com minha mãe. Minha vida até os 10 anos foi algo parecido com “Rocco e seus Irmãos” e a primeira fase da obra de Nelson Rodrigues, até “Álbum de Família”, misturado com um pouco de tango argentino, o que me custou mais de vinte anos de análise pra conseguir sobreviver sem me matar...

Com informações Blog Estranho Encontro/Blog do Jailton da Penha JDP

Nenhum comentário:

Postar um comentário